21 dezembro 2010

Hipnose resgata vida de paciente

FOTO: “Síndrome do Pânico” | Por Raquel Reis
“Síndrome do Pânico” | Por Raquel Reis

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Mulher que passou 13 anos dominada pelo medo e com crises de pânico encontrou a saída em tratamento hipnótico.

 

Foram treze anos de vida praticamente perdidos. Durante esse tempo, Edimara (que pediu para não ter o nome completo revelado), 39 anos, foi dominada pelo medo. Vítima da síndrome do pânico, de transtorno pós-traumático e de depressão, ela viu seus relacionamentos definharem a tal ponto que sua vida social foi anulada completamente.

Ela chegou a um estágio tão avançado de pânico que o simples fato de ser tocada por alguém foi motivo, por diversas vezes, de desmaios. Edimara entrava em desespero quando via alguém caminhando em sua direção. Ela tinha pavor quando notava que estava sendo observada. Para se sentir protegida, procurava ficar perto das paredes.

Edimara conta que procurava evitar a todo custo entrar em locais fechados onde havia muita gente. “Eu não me sentia segura. Tinha a sensação de que seria atacada a qualquer momento”, relata.

Diante de tanto tormento, procurou ajuda psicológica e psiquiátrica por várias vezes, mas sempre desistia quando percebia que o tratamento não estava surtindo o efeito esperado. Durante sete anos, tomou medicamentos todos os dias para tentar controlar suas crises. No auge do desespero, eram três comprimidos por dia.

Há quatro anos, Edimara começou a renascer. Em sua busca constante por um tratamento que lhe desse um pouco de paz, ela encontrou um que surtiu efeito logo nas primeiras sessões. Pela primeira vez, ela estava sendo submetida a sessões de hipnose e regressão.

Apesar dessas técnicas não contarem com a simpatia e a aceitação dentro da própria categoria de psicólogos, foi o que devolveu Edimara à vida. Foi com a ajuda dessas ferramentas que ela, aos poucos, foi superando seus traumas e a depressão.

Durante as sessões, ela foi revisitando as fases de sua vida até chegar ao ventre da mãe. Segundo ela, essa foi a parte mais emocionante do tratamento e também a mais eficaz. Foi por meio dessa volta às origens que descobriu-se que boa parte de seus problemas era uma consequência do que ela havia vivenciado desde a época da sua concepção.

Edimara descobriu, por exemplo, que o anúncio de sua chegada não foi comemorado. A mãe não desejava a gravidez. Após ter descoberto isso, chegando em casa foi conversar com a mãe, que confirmou a rejeição inicial.

Edimara conta que durante a regressão ela foi se sentindo como se estivesse encolhendo, até chegar ao tamanho de um feto.

“É uma sensação indescritível”, comenta. Apesar de estar em um estado hipnótico, de semiconsciência, ela diz que tem noção de tudo o que está acontecendo ao seu redor durante a regressão.

Ela conta que o principal motivo de sua depressão era o sentimento de baixa autoestima e de inferioridade perante outras pessoas. À partir do momento em que foi identificada a origem desse sentimento, a história de Edimara começou a mudar, para melhor.

Com o mesmo trabalho, foram sendo diagnosticadas as causas da síndrome do pânico e do transtorno pós-traumático. Faz um ano que ela parou com os medicamentos. “Ainda enfrento algumas limitações, mas nada comparado ao que eu vivia antes”, afirma a paciente.

Desde seu “renascimento”, Edimara já teve um namorado, algo impensável antes de iniciar o tratamento. O progresso dela foi tão significativo que não pensa em abandonar suas visitas periódicas à psicóloga.

“Mesmo que as sessões fiquem mais espaçadas, não pretendo parar”, avisa. Segundo ela, trata-se de uma experiência que traz mais segurança para a vida diária.

 

Nota: Matéria originalmente publicada por Adriano Camargo no Jornal da Cidade de Bauru.

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Atualizado em 2016/04/05