29 janeiro 2011

Hipnose em Dermatologia

 

Pele e Psiquismo

Considera-se que a mente tem dois aspectos: a parte consciente e a parte inconsciente. A mente consciente, que focaliza nossa atenção a cada momento, processa apenas cinco a sete estímulos simultaneamente. O que ultrapassar esse limite é excluído da mente consciente.

Todo o resto da nossa vida, das nossas ações e dos processos orgânicos se desenvolve sem que precisemos ter a atenção fixada neles, ou seja, ocorre sem que deles tomemos conhecimento, portanto fora da nossa consciência.

A mente inconsciente é o reservatório de todas as experiências vividas e das funções automáticas e perfaz pelo menos 98% de nossa vida mental. Todo aprendizado, toda mudança e todo comportamento são inconscientes. O consciente está sob nosso domínio a cada momento; podemos escolher sobre o que fixamos nossa atenção. O inconsciente não está sob nosso domínio e, por outro lado, domina nossa vida e tem poder ilimitado.

Se trabalharmos com o inconsciente, poderemos realizar coisas que estão fora do domínio consciente. Todos já tiveram a experiência de, numa situação extrema, conseguir fazer alguma coisa antes inimaginável. Após o fato passado, chega a dizer: “Não sei como consegui fazer o que fiz!” Ou seja, fez algo que não acreditava ter capacidade para fazer e fez movido por alguma força fora da sua atenção consciente.

 

O que é Hipnose

Essa capacidade desconhecida é o campo de ação da hipnose, hoje aceita como recurso médico, mas que é ignorada pela larga maioria dos profissionais da medicina. A hipnose nos permite dissociar as duas partes da mente, ter acesso aos poderes do inconsciente e induzir um estado de transe natural para o fim específico de benefício da pessoa, no caso da hipnose terapêutica.

Na definição de Fábio Puentes é: “um estado de concentração incrementada, que clarifica a mente e elimina toda negatividade, no qual as sugestões se realizam com uma potência muito maior da que é possível em condições normais”.

Durante a hipnose ocorre um estágio de pré-sonolência, consciência passiva e sensação de paz. Isso produz descontração muscular, relaxamento e calma. É um estado intermediário entre a vigília e o sono fisiológico.

Nessa situação, reduz-se o campo da consciência, cessa a percepção crítica e abre-se o caminho para atuar sobre o inconsciente. As sugestões dadas em estado hipnótico atingem a mente inconsciente e exercem influência sobre o comportamento e os sentimentos sem a participação intencional da pessoa.

Da mesma forma que as crenças inconscientes levam a pessoa a agir sempre de determinadas formas, uma sugestão hipnótica é capaz de alterar condições fisiológicas, psicológicas e comportamentais sem que a pessoa se dê conta de como ocorreu a mudança.

 

Tipos de induções hipnóticas

A hipnose pode ser induzida em adultos por diversos métodos que focalizem a atenção, acalmem ou produzam monotonia ou confusão. Relaxamento muscular é um método eficiente. Nem toda hipnose exige relaxamento. Sempre que se está em profunda concentração pode-se estar em estado hipnótico. Isso ocorre quando alguém está em atividade, como correndo, nadando, dançando completamente absorvido pelo que está fazendo e, consequentemente, desligado de qualquer outra coisa que esteja acontecendo em volta.

Quando está totalmente absorto por uma leitura ou pela assistência a um filme ou por um pensamento ou numa prática religiosa da mesma forma está hipnotizada. Pode-se considerar que todas as pessoas já foram de alguma forma hipnotizadas e passam por rápidos transes hipnóticos várias vezes por dia.

Também pode ser induzida por meio de uma linguagem especial, com o emprego de termos específicos e diferenciados para cada pessoa e utilizando coisas da própria pessoa, ao invés de induzir um transe formal. Em crianças, a hipnose pode ser induzida levando-as a imaginar que estão assistindo a televisão ou a um filme ou empregando algum meio de distração.

 

Aplicação em Dermatologia

A hipnose não é tratamento nem psicoterapia, mas um recurso auxiliar que consiste de consciência estreitada e seletiva, atenção focalizada e restrita e elevada sugestibilidade. Pode regular o fluxo sanguíneo e outras funções autônomas, que não estão normalmente sob o controle consciente.

Em dermatologia, pode diminuir a dor na pele, o prurido, intervir em aspectos psicossomáticos de doenças cutâneas e levar à resolução ou controle de algumas dermatoses, como verrugas vulgares, psoríase, dermatite atópica, urticária, acne escoriada, alopecia areata, eritrodermia ictiosiforme congênita, dermatite disidrosiforme, eritromelalgia, furunculose, glossodinia, herpes simples, hiperidrose, ictiose vulgar, líquen plano, neurodermite, dermatite numular, nevralgia pós-herpética, rosácea, tricotilomania e vitiligo, segundo Philip D. Shenefelt, professor associado da Divisão de Dermatologia e Cirurgia Cutânea da Faculdade de Medicina da South Florida University.

Esse autor afirma que, entre as vantagens da hipnoterapia médica, estão a capacidade de obter resposta, quando outras modalidades de tratamento falharam, a possibilidade de reduzir recidivas e o poder dos pacientes de se tratarem e alcançarem um senso de controle, se forem treinados em auto-hipnose, a ausência de toxicidade e a relação custo-eficácia.

A aplicação deste tratamento pode ter como resultado pacientes satisfeitos e agradecidos, por sentirem o imediato efeito do método e perceberem, às vezes instantaneamente, o desaparecimento do incômodo. O trabalho pode visar a transformação da causa-raiz, a eliminação do sintoma ou a modificação da resposta condicionada ao sintoma.

Isso dependerá da história a ser colhida do paciente antes de realmente se proceder o tratamento e será orientado primeiramente para aquilo que for mais importante para o paciente.

 

Casos clínicos

Uma paciente se queixava de prurido em várias áreas da pele, que se manifestava com intensidade de quatro a seis vezes por dia, havia dois anos e meio. Já fora tratada com toda sorte de medicamentos indicados para o caso, principalmente corticosteroides, anti-histamínicos e ansiolíticos. A pele apresentava áreas de espessamento e escurecimento em virtude do atrito frequente.

Na anamnese, verificamos que a paciente se recordava do momento de início do sintoma, que havia sido um conflito entre suas perspectivas estabelecidas à época e uma nova realidade, que impedia seus planos de serem realizados. Feita uma sessão de hipnose com sugestão de recuperação da pele, na segunda sessão a paciente se dizia menos ansiosa, a pele estava com melhor textura e o prurido se manifestava somente uma a duas vezes por dia.

Foi dada, então, a sugestão de que a atividade que fora obrigada a desenvolver, que não correspondia a seus desejos, teve uma finalidade elevada e que fora muito benéfica para ela e sua família. Na terceira sessão, a pele estava curada e só sentia leve prurido em uma pequena área. Na quarta sessão, não havia mais sinal de lesão cutânea e o prurido tinha desaparecido.

Outra paciente, apresentava manchas de vitiligo no rosto, que vinham sendo tratadas havia alguns anos. Prescrevemos apenas um creme para o rosto e iniciamos sessões de hipnose com sugestão de repigmentação. Na segunda sessão, a pele alterada já tinha intensa repigmentação. Na terceira sessão, a repigmentação era quase completa.

Entre a primeira e a terceira sessões decorreram apenas quatro semanas. As manchas de vitiligo normalmente levam meses para começar a ter início de repigmentação.

Outra paciente, sofria de manchas brancas, típicas de vitiligo, no lado esquerdo do rosto, desde o supercílio até atrás da orelha. Também foi prescrito um creme e iniciaram-se sessões quinzenais de hipnose. Após oito sessões, que levaram três meses, a recuperação já era de 70%.

Outra paciente era alérgica a ácido acetilsalicílico, procaína e sulfa e veio à consulta com queixa de urticária, acompanhada de intenso prurido, que durava já mais de dois meses. Tinha sido tratada com os medicamentos indicados para a doença, que foram anti-histamínicos, antipruriginosos e cremes de corticosteroides sem nenhuma melhora. Relatou estar muito tensa por um problema familiar, que já deveria ter sido resolvido, mas por motivo profissional, prolongava-se e estava sem término previsível.

Foi mantido o medicamento anti-histamínico e foi feita uma sessão de hipnose com foco na solução do problema. Na semana seguinte, por ocasião da segunda sessão, não havia mais empolação nem coceira. A paciente não precisou voltar para a terceira sessão.

 

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja • Dermatologista

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Originalmente publicado no site Dermatologia.net.

 


Atualizado em 2016/01/17


 

28 janeiro 2011

A Hipnose na Atualidade

FOTO: Samej Spenser atendendo uma cliente no consultório.
Samej Spenser atendendo uma cliente (Inverno de 2011) | Foto: Arquivo pessoal de Samej Spenser

 

Dos filmes misteriosos para um consultório bem perto de você, a hipnose cada vez mais se afasta do universo místico para auxiliar as práticas da medicina moderna. Relaxe e leia.

 

Introdução

Ainda é difícil pensar em hipnose sem imaginar uma atmosfera de magia e mistério. Mas essa ideia está com os dias contados. A hipnose cada vez mais se afasta do universo místico para atuar lado a lado com as modernas práticas médicas. Quem ganha com isso é o paciente: a hipnose não tem contraindicações ou efeitos colaterais e ainda é capaz de abreviar muitos tratamentos.

Ao contrário do que muitos imaginam, quem está sob hipnose não dorme, não perde os sentidos e nem fica à mercê da vontade do hipnotizador. Essa mistificação tem origem ainda nas primeiras civilizações, por volta do ano 3.000 A.C., quando já se conhecia técnicas para alterar os estados da consciência. Durante milênios, os que dominavam a hipnose trabalharam a serviço de práticas obscuras como exorcismo e bruxaria.

A partir do século XIX a hipnose começou a ser estudada cientificamente e até mesmo Freud valeu-se dela para construir suas teorias psicanalíticas. Mas só agora a técnica vem sendo popularizada como prática auxiliar da medicina e incorporada no dia-a-dia dos consultórios. É esse o movimento que se verifica nos países de Primeiro Mundo e que vem sendo assimilado também no Brasil. O Conselho Federal de Medicina já reconheceu a hipnose como ato médico, e a técnica está em vias de regulamentação.

 

A sensação provocada pelo estado de hipnose é bem primitiva e muito prazerosa

A hipnose vem sendo aplicada no tratamento de uma enorme gama de distúrbios de saúde como estresse, insônia, traumas, enxaqueca, vícios, obesidade, hipertensão, vitiligo e ainda todo tipo de doenças de fundo emocional que resultam em problemas respiratórios, digestivos, cardíacos ou sexuais. Até o hábito de roer unhas, a gagueira ou a incontinência urinária podem ser tratadas a partir da hipnose.

Quem já experimentou garante que é ótimo. A sensação provocada pelo estado de hipnose é bem primitiva e muito prazerosa. O corpo relaxa, o coração bate mais devagar, a respiração se acalma. Uma expressão mais serena e relaxada toma o rosto do paciente e a cabeça pode tombar para trás, para o lado ou para frente, suavemente.

Internamente, uma analogia com a visão de uma estrela através de uma luneta ajuda a entender o que acontece no transe hipnótico. Embora saibamos que existe todo um universo ao redor da estrela que observamos, ele não importa naquele momento, não o vemos. Fixamos nossa atenção apenas na estrela que nos interessa. A estrela, portanto, é a situação a ser tratada na hipnose.

 

Qualquer pessoa pode aprender em poucas horas a hipnotizar

Durante o transe hipnótico, sob um estado alterado de consciência, o paciente consegue enfocar um problema físico ou emocional que queira tratar. Quando o paciente focaliza o seu passado, pode acontecer a regressão. Com a intervenção de um bom profissional, a hipnose pode ser muito produtiva no sentido de trabalhar traumas da história do paciente que refletem negativamente em sua vida.

Há várias técnicas para levar o paciente ao transe hipnótico, todas muito simples. Qualquer pessoa pode aprender em poucas horas a hipnotizar. O difícil é processar a terapia nesse estado. Administrar a hipnose exige criatividade e atenção completa do terapeuta para que o estado de consciência do paciente seja alterado de modo a acessar seus recursos até então inconscientes. São eles que vão ser utilizados na cura.

Algumas pessoas parecem ser mais sensíveis à hipnose do que as outras e a explicação para o fato pode estar na inteligência. Segundo alguns teóricos e a experiência prática, quanto mais dotado de inteligência o hipnotizado, melhores os resultados.

 

A utilização da hipnose como anestésico é muito antiga

Quem tem medo de dentista pode ver a hipnose como uma bênção — inclusive para o profissional. Além de acalmar o paciente, a técnica permite que o dentista exerça seu ofício de maneira muito mais tranquila. Ele pode utilizar a hipnose para diminuir a salivação ou para conter hemorragias. Pode também agir como um anestésico, tanto para o tratamento de uma cárie como para a extração de um dente.

Embora soe como novidade, a utilização da hipnose como anestésico é muito antiga. Alguns médicos cirurgiões do século XIX modificavam o estado de consciência de seus pacientes para operar sem dor.

Além dos dentistas, médicos e psicólogos também empregam a hipnose. Para isso, é preciso conhecer as técnicas de indução hipnótica e os processos psicodinâmicos, além da neurofisiologia humana.

Em alguns problemas, como dores e certos distúrbios emocionais, a hipnose por si só pode conseguir os objetivos desejados. Em outros, como nas doenças psicossomáticas, a técnica tem sido utilizada como prática auxiliar de grande valia.

 

A união da hipnose com a psicanálise tem conquistado bons resultados

A psicóloga Sônia Eustáquia Santos, de Belo Horizonte, vem utilizando a hipnose em vários distúrbios de comportamento através do método ericksoniano de hipnose, vertente criada a partir dos estudos de Milton Erickson, um importante teórico do tema. No ano passado, a psicóloga conseguiu, com a ajuda da hipnose, entre 85 e 93% de sucesso no tratamento de problemas de ordem sexual, como disfunções ejaculatórias e eréteis e distúrbios do desejo e de orgasmo feminino.

Embora sejam técnicas bem distintas, a união da hipnose com a psicanálise tem conquistado bons resultados. Isso acontece porque enquanto a psicanálise trabalha com a consciência em associações livres, com a transferência e análise das transferências como elementos básicos, a hipnose afasta a consciência e atua mais diretamente sobre o inconsciente, fazendo com que este, a seu modo, processe as mudanças utilizando os potenciais positivos do indivíduo.

“Freud acreditava que somente a palavra poderia livrar as pessoas de seus males. Erickson, ao contrário, dizia que o inconsciente entende as metáforas e processa as mudanças, sem necessidade da verbalização. O resultado positivo é o que vale”, afirma Sônia Eustáquia, que é ainda diretora clínica do CEPPA — Centro de Estudos Pesquisa e Psicologia Aplicada em Belo Horizonte.

 

Crianças pequenas, pessoas com doenças neurológicas ou debilidade mental não devem, a princípio, serem hipnotizadas

Para que a hipnose alcance seus objetivos, é preciso que o paciente esteja implicado no processo, que deseje de fato ser hipnotizado. Assim, crianças pequenas, portadores de algumas doenças neurológicas ou pessoas com debilidade mental não devem, a princípio, serem hipnotizadas. A hipnose também não é indicada em casos graves de depressão, pois os potenciais positivos do indivíduo estão em baixa, em situações assim, o que anula o sentido da técnica.

 

Prof. Paulo Flores Saicoski
Psicoterapeuta Holístico
REG MEC.4026/92 REG. AEPERS 71/00 CRT. 35928
Licenciado em Filosofia, Psicologia e Sociologia.
Com curso de Parapsicologia, Teologia e Terapia de Regressão.
Santa Maria/RS.
E-mail: psaicoski@yahoo.com.br

 


Atualizado em 2016/02/22


 

27 janeiro 2011

Hipnose usada na investigação da criatividade e da imaginação

IMAGEM: Citação de Albert Einstein

 

A criatividade é definida como a capacidade de transcender as ideias, normas, padrões e relações tradicionais, para criar novas e significativas ideias, formas, métodos, interpretações, etc. A criatividade é fácil de definir, mas os pesquisadores muitas vezes se perguntam como ela pode ser medida e como as pessoas têm diferentes aptidões para a criatividade. A hipnose auxilia na investigação da criatividade e também permite que os psicólogos estudem a relação entre a criatividade e a hipnotizabilidade.

A hipnose cria um estado alterado de consciência, o que a torna uma boa ferramenta para a investigação de estados criativos e da propensão à fantasia. Pensa-se que a hipnose pode levar a um avanço na compreensão da origem da inspiração criativa.

25 janeiro 2011

Hipnose traz benefícios durante a gravidez e no parto

FOTO: Hypnobirthing | Chaikhana Birth
Foto: Hypnobirthing | por Chaikhana Birth

 

Introdução

A hipnose tem sido usada durante o parto por aproximadamente cem anos. Muitas pesquisas têm sido realizadas para estudar os efeitos da hipnose sobre a gravidez e o parto. A hipnose tem sido utilizada em mulheres durante o trabalho de parto para ajudar a reduzir a dor. A hipnose pode ser usada como um analgésico natural, não só para reduzir a dor, mas também para reduzir o uso de analgésicos. Além do gerenciamento da dor, a auto-hipnose tem sido usada para controlar a respiração durante o trabalho de parto. Outros estudos mostram que a hipnose tem um benefício psicológico para as mães e para os recém-nascidos.

Uma meta-análise de estudos realizados envolvendo a hipnose com gestantes foi comparada a intervenções sem hipnose, tratamento padrão e placebo. Medições primárias na meta-análise incluíram a analgesia utilizada durante o trabalho de parto e também os níveis de dor durante o trabalho de parto. A meta-análise incluiu 8.395 mulheres que tinham usado a hipnose durante a gravidez ou no parto. A análise concluiu que menos mulheres necessitaram utilizar uma forma de analgesia durante o trabalho de parto. As mulheres que receberam a hipnose relataram dor menos severa do que aquelas nos grupos de controle.

Em outro estudo, sessenta gestantes participaram. As participantes foram divididas em dois grupos baseados em sua sugestionabilidade. Todas receberam informações sobre o trabalho de parto e dicas sobre o controle da dor. Estes dois grupos foram então subdivididos, e metade recebeu uma indução hipnótica e a outra metade aprendeu exercícios de respiração e de relaxamento. As mulheres no grupo da hipnose e no grupo de alta sugestionabilidade relataram menos dor. Aquelas que usaram a hipnose relataram usar menos medicação e tiveram um trabalho de parto de fase 1 mais curto.

Outra meta-análise sobre vários estudos realizados utilizando-se a hipnose com mulheres grávidas mostrou que a hipnose reduziu o nível de intervenção médica durante o parto, além de reduzir os riscos para as mulheres e para os recém-nascidos. Um estudo mostrou que mulheres que foram treinadas para usar a hipnose durante o trabalho de parto muito raramente experimentaram depressão pós-parto. A hipnose pode ajudar a controlar tanto a depressão quanto a ansiedade relacionados com a gravidez, o parto, e a perspectiva de se tornar mãe. Isso demonstra que a hipnose pode apresentar muitos benefícios para as mulheres e seus recém-nascidos.

Um estudo descobriu que as mulheres foram mais sugestionáveis no segundo e terceiro trimestres da gravidez. O estudo mostrou que à medida que a gravidez avançava, a sugestionabilidade aumentava de acordo com a Escala de Hipnotizabilidade de Harvard. As mulheres grávidas também apresentaram níveis altos na Escala de Imaginação Criativa. Este estudo analisou as mulheres em dois períodos de tempo, quando estavam grávidas e não grávidas.

A pesquisa mostra que se as mulheres são mais sugestionáveis durante a gravidez, há mais um motivo para se usar a hipnose durante a gravidez e o trabalho de parto.

 

Fontes

 

Matéria originalmente publicada pelo antigo e extinto site da SBHH — Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria.

 


Atualizado em 2015/12/19


 

Homem faz uso da Hipnose para acalmar animais, na Inglaterra

FOTO: Homem afagando um coelho
Foto: Reprodução/Telegraph

 

Em St. Austell, na Cornualha, sudoeste da Inglaterra, o especialista Cliff Penrose, de 60 anos, consegue colocar animais estressados em um estado mental tranquilo, por meio da hipnose.

Com a técnica inédita de Penrose, os animais ficam mais relaxados. O estresse termina, segundo ele, após o sono profundo provocado pela hipnose. Cliff faz uma massagem na barriga e na cabeça do bicho.

No caso do coelho, o transe pode durar entre cinco e dez minutos. Até veterinários têm acionado o hipnotizador, embora muitos especialistas questionem a eficiência e seriedade de seu trabalho, alegando que o animal, para se defender dos afagos do homem, ficaria paralisado.

Penrose se defende dizendo que usa um procedimento semelhante ao empregado com humanos.

“Deixo os coelhos completamente relaxados com a hipnose. Eles realmente ficam em transe e saem da consulta sem aquela agitação típica sentida pelos animais antes de se adaptarem a uma nova situação”.

Muita gente procura o hipnotizador antes de uma consulta ao veterinário. Acham que o bicho sai mansinho da residência de Penrose.

“São animais inteligentes. Ficam bem menos agressivos se passam pelo meu tratamento”, garante o aposentado, que tem dois filhos, dois netos e nenhum coelho.

Penrose aprendeu a técnica de hipnotizar animais com chineses amigos, que conseguiam fazer homens e animais entrar em transe. Ele se tratou com os especialistas orientais depois de sofrer um ataque do coração, o que o obrigou a parar de trabalhar — era administrador de empresas.

Já criou coelhos, mas hoje está sem mascote. Contenta-se em cuidar dos bichos de estimação de seus clientes.

 

Originalmente publicado pelo site ANDA.

 


Atualizado em 2015/12/25


 

24 janeiro 2011

Hipnose, PNL e Exercícios Físicos

 

A atividade física é um aspecto muito importante da saúde geral. Os tempos mudaram nos últimos cem anos, fazendo com que as tarefas diárias se tornassem fáceis, exigindo pouco esforço físico. A pessoa média não tem mais que plantar a sua própria comida, lavar sua roupa à mão, ou construir sua própria casa. O transporte hoje em dia depende dos carros, em vez de bicicletas e andar a pé. A boa notícia é que a sociedade como um todo é mais eficiente e produtiva. A má notícia é que o corpo da maioria das pessoas não está em harmonia com a ingestão calórica. É importante para todas as pessoas incorporar os exercícios físicos em suas vidas. As pesquisas continuam a demonstrar os benefícios da atividade física. Foi demonstrado que as mudanças comportamentais e a hipnose ajudam as pessoas a aumentarem a sua motivação, de modo que os exercícios físicos podem se tornar uma parte de suas rotinas diárias.

Os exercícios físicos proporcionam muitos benefícios. Segundo a Clínica Mayo, a atividade física estimula certas substâncias químicas cerebrais que podem melhorar o humor geral. Incorporar exercícios físicos regulares pode até mesmo prevenir a depressão. Os exercícios físicos também podem evitar muitas das principais doenças crônicas, como a hipertensão, o colesterol alto, a osteoporose e a diabetes tipo II.

Atualmente, a maioria dos americanos está com excesso de peso. Os exercícios físicos podem ajudar as pessoas a perderem peso e atingir um nível mais saudável de capacidade física. A atividade física também promove melhores hábitos para dormir, podendo ajudar a adormecer mais rapidamente durante a noite e permitindo um sono mais repousante e profundo. Os exercícios, direta e indiretamente, proporcionam mais energia. Indiretamente, os exercícios podem ajudar as pessoas a eliminarem peso e a dormir mais, o que ajuda a aumentar a energia durante o dia.

A hipnose é uma ferramenta benéfica que pode ser usada para motivar a incorporação dos exercícios físicos na rotina diária de uma pessoa. Já foi demonstrado que a hipnose, juntamente com técnicas de Programação NeuroLinguística (PNL), melhoram o comportamento e a motivação em relação aos exercícios físicos. Um dos problemas mais comuns em relação aos exercícios físicos é encontrar a força de vontade e a motivação para torná-los uma parte obrigatória da vida cotidiana. A hipnose ajuda a combater a falta de motivação e a procrastinação em relação à atividade física (Densky, 2006).

Um estudo recente mostrou que as estratégias comportamentais funcionam melhor em relação a iniciar uma mudança no estilo de vida de uma pessoa. Estratégias comportamentais incluem a fixação de metas e o automonitoramento. Para incorporar a atividade física na vida de uma pessoa, as mudanças de comportamento requerem persistência e motivação. Foi demonstrado que as intervenções comportamentais aumentaram a atividade física dos participantes numa média de 48 minutos por semana. Isto é importante porque 48 minutos podem oferecer uma infinidade de benefícios à saúde. Muitas pessoas se sentem sobrepujadas em relação a iniciar um programa de exercícios, mas com mudanças comportamentais e incorporando a hipnose para aumentar a motivação, os exercícios tornam-se uma tarefa mais fácil (Medical News Today).

 

Fontes

 

Fonte: Natural Health News and Scientific Discoveries
Tradução: SBHH — Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria

 


Atualizado em 2016/01/15


 

23 janeiro 2011

Hipnose beneficia o sistema imunológico

IMAGEM: Sistema imunológico
Imagem: Sistema Imunológico | Google Imagens

 

Introdução

A gripe deverá atingir mais pessoas este ano em comparação com a média da temporada de gripe. Há muitas incertezas neste ano devido ao vírus influenza H1N1. O Centro de Controle de Doenças dos EUA diz que o vírus H1N1 causou a primeira pandemia (epidemia global) de gripe em 40 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o H1N1 vai deixar mais pessoas doentes, causar mais internações e mais mortes do que a média da temporada de gripe. Pesquisas demonstraram que a hipnose pode melhorar o sistema imunológico, melhorando assim o funcionamento do corpo.

Segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA, o momento é incerto. No passado, em estações de gripe a manifestação atingiu o seu pico nos meses de janeiro e fevereiro nos Estados Unidos. No entanto, o vírus H1N1 causou a doença, as hospitalizações e mortes durante os meses de verão, o que é altamente incomum. Não se sabe quando o vírus atingirá o seu pico e quanto tempo vai durar. Devido a esta incerteza, as pessoas devem ser precavidas em relação à manutenção de seu sistema imunológico para combater a gripe.

 

Pesquisas

Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Washington, em Pullman, EUA, descobriu que a hipnose reforça dois diferentes tipos de células do sistema imunológico que combatem as doenças. Sessenta e cinco alunos participaram do estudo. Trinta e três participantes eram altamente hipnotizáveis e responderam bem à indução de hipnoterapia. Trinta e dois participantes tiveram dificuldade em atingir um estado hipnótico.

Todos os 65 participantes foram divididos em três grupos distintos. Um grupo recebeu hipnose, outro grupo recebeu terapia de relaxamento, e o terceiro grupo serviu como grupo de controle, não recebendo qualquer forma de terapia ou tratamento. Os resultados mostraram que os participantes que receberam a hipnose apresentaram um aumento importante em dois tipos de células brancas do sangue. Aqueles que eram altamente hipnotizáveis e receberam hipnose apresentaram o maior aumento de células brancas. Isso mostra que a hipnose pode ajudar as pessoas a aumentar sua contagem de células brancas do sangue e, assim, incrementar o seu sistema imunológico, permitindo um melhor combate às doenças (Ruzyla-Smith).

Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio determinaram que a hipnoterapia pode impedir o enfraquecimento do sistema imunológico devido ao estresse. A hipnose ajuda a fortalecer o sistema imunológico através de relaxamento. Para as pessoas que se preocupam muito, estão sempre ansiosas, ou são facilmente distraídas, a hipnose ajuda a acalmar, para que seu sistema imunológico não enfraqueça devido ao estresse. Quando a hipnose é induzida em uma pessoa, técnicas de relaxamento são utilizadas. O estresse é um contribuinte principal para um sistema imunológico enfraquecido. A hipnose age para aumentar o pensamento positivo através da sugestão, usando técnicas de relaxamento para diminuir o estresse (Holland).

 

Conclusão

É importante manter o sistema imunológico forte para ser capaz de combater as doenças e vírus. O uso da hipnose juntamente com uma alimentação saudável pode ajudar a manter o sistema imunológico forte. Reduzir o estresse e aumentar os glóbulos brancos pode aumentar muito suas chances de não contrair a gripe este ano.

 

Fontes:

  • Artigo original: www.naturalnews.com
  • Tradução: SBHH — Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria
  • Centers for Disease Control and Prevention. Questions and answers about the 2009-2010 flu season. Retrieved on October 23.
  • Holland, E. (2001). Hypnosis may prevent weakened immune status, improve health. Retrieved on October 30, 2009.
  • Ruzyla-Smith, Patricia et al. (1993). As reported at the annual meeting of the American Psychological Association.

 


Matéria originalmente publicada no extinto site da SBHH — Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria.

 


Atualizado em 2016/01/14


 

22 janeiro 2011

Tratamento de Fobias com Hipnose e a Técnica do Rebobinamento

GIF: Homem ouvindo música num walkman, e rebobinando uma fica cassete no lápis
Rebobinamento de uma fica cassete

 

Introdução

Fobias são bastante comuns. O Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos estima que entre 8 e 18% da população americana sofre de alguma fobia. Elas são a forma mais comum de um transtorno de ansiedade. Entre as mulheres de todas as idades, as fobias são a forma mais comum de transtorno mental e entre os homens com mais de 25 anos, as fobias são a segunda forma mais comum de transtorno mental. A hipnose é uma forma eficaz de tratamento das fobias (Kessler et al., 2005). Recentemente, uma nova técnica, chamada de Técnica do Rebobinamento (também conhecida como Cura Rápida de Fobia ou Dissociação Visual/Cinestésica), foi demonstrada como sendo muito eficaz para auxiliar as pessoas a livrarem-se de seus medos.

A fobia é um medo irracional que representa pouco ou nenhum perigo para as pessoas que sofrem do medo. Tipos de medo incluem o medo de altura, espaços pequenos, dirigir, voar e diferentes tipos de animais. Para acalmar seus medos, a maioria das pessoas tenta evitar aquilo que temem. Ao enfrentar o medo, os sintomas comuns da fobia que se manifestam incluem pânico, ansiedade, ritmo cardíaco acelerado, e falta de ar (Medline Plus).

O medo é um mecanismo de sobrevivência que foi uma parte muito importante na sobrevivência de nossa espécie em tempos remotos. Isso é inculcado em todos os seres humanos e agora as fobias são direcionadas de forma irracional. O objetivo da hipnoterapia é remover o padrão subconsciente da fobia. Uma técnica comum usada com a hipnoterapia é a chamada Técnica do Rebobinamento. Esta técnica é semelhante a uma técnica de Programação NeuroLinguística (PNL).

Esta técnica tem se revelado altamente eficaz, não importando quanto tempo a pessoa sofre da fobia. Além disso, não importa se a fobia ou os sintomas da fobia são graves ou não, pois a Técnica do Rebobinamento funciona com rapidez e eficiência, muitas vezes em uma única sessão.

A Técnica do Rebobinamento é aplicada depois que o hipnoterapeuta induz o estado de hipnose no paciente. Em seguida, o hipnoterapeuta guia o paciente através de imagens e de etapas para “rebobinar” a fobia. O hipnoterapeuta não precisa saber como a fobia começou e não precisa conhecer qualquer um dos sintomas que o paciente esteja sofrendo. Tudo que o hipnoterapeuta deve saber é como guiar os pacientes através da Técnica do Rebobinamento para auxiliá-lo a superar seu medo (Sherred).

Há muitos benefícios no uso da hipnose e da Técnica do Rebobinamento em pacientes que sofrem de fobias. É um método rápido e eficaz de auxiliar o paciente a superar sua fobia. Ele melhora a qualidade de vida e pode reduzir o uso de medicações que são muitas vezes utilizadas para tratar os sintomas da fobia.

Esta técnica também pode ser usada com pessoas que sofrem de estresse pós-traumático.

 

Fontes:

 


Atualizado em 2016/01/24


 

21 janeiro 2011

Hipnose e Tricotilomania

FIGURA: Exemplo de tricotilomania
Figura: Como Lidar com a Tricotilomania: 32 Passos (com Imagens) | wikiHow

 

Introdução

A tricotilomania é um transtorno do controle dos impulsos, causando a compulsão de puxar os cabelos, cílios e sobrancelhas. Aqueles que sofrem deste transtorno geralmente apresentam áreas calvas notáveis, as quais tentam encobrir com penteados, perucas ou roupas.

Os cabelos são geralmente arrancados fio por fio com os dedos ou com uma pinça, ao ler, pensar ou ver televisão, e com frequência sem que estejam conscientes do seu comportamento. O ato de puxar os cabelos também pode ocorrer durante o sono.

A tricotilomania (também referida como TTM), afeta entre um e três por cento da população e estima-se que afeta sete vezes mais mulheres do que homens.

 

Pesquisas

As pesquisas sobre as causas da tricotilomania estão ainda em estágios iniciais. As evidências preliminares sugerem que é uma desordem neurobiológica.

Em alguns casos, a mania de puxar os cabelos tem início durante uma época de estresse. Pode assemelhar-se a um hábito, um vício, um transtorno de tiques ou um transtorno obsessivo-compulsivo.

Para alguns, a tricotilomania pode ser tratada com um pouco de atenção e concentração extras. Para outros, a compulsão pode ser tão forte a ponto de interromper a rotina diária daqueles que sofrem deste transtorno.

Nenhum tratamento mostrou-se eficaz para todos.

A terapia comportamental cognitiva procura interceptar a atividade que desencadeia a compulsão de puxar os cabelos.

Alguns medicamentos, incluindo os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (como o Prozac ou o Zoloft) apresentaram redução da gravidade dos sintomas. No entanto, a medicação não é geralmente a forma inicial de tratamento da tricotilomania.

As terapias alternativas, incluindo a hipnose, mudanças na dieta e exercícios físicos têm sido bem-sucedidas no tratamento de alguns doentes.

 

FONTE: ninemsn | News, Sport, Finance, Lifestyle, TV, Competitions, Horoscopes, Daily Quiz
Tradução: SBHH - Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria
Publicado originalmente pela extinta SBHH.

 


Atualizado em 2016/01/30


 

20 janeiro 2011

Auto-Hipnose como tratamento da Síndrome de Tourette

FOTO: Uma menina, de olhos azuis, segurando um bichinho de pelúcia
Foto por “Fãs da Psicanálise”

 

Introdução

Pesquisadores da área médica divulgaram um estudo de caso em pequena escala na última edição do Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics, que sugere que técnicas de auto-hipnose podem ajudar pacientes com a Síndrome de Tourette a melhorar o controle sobre os tiques.

O Dr. Jeffrey Lazarus, coautor do estudo, e uma equipe de pesquisadores experimentaram uma série de técnicas de auto-hipnose em um grupo de trinta e três participantes. O estudo envolveu crianças e jovens com a Síndrome de Tourette, com idades entre seis e dezenove anos. Os investigadores conduziram as sessões durante um período de dois meses e meio. Os participantes assistiram a um vídeo de um jovem da sua idade descrevendo técnicas de auto-hipnose. Eles receberam técnicas de relaxamento e foram solicitados a focar nos sentimentos que ocorrem antes de um tique, bem como se livrar do tique. Foi solicitado aos participantes a prática das técnicas de auto-hipnose pelo menos três vezes ao dia, mantendo um relatório.

Na conclusão do estudo, doze indivíduos indicaram que haviam conseguido uma melhora dramática, com apenas duas sessões e o treinamento com vídeo. Treze tiveram o mesmo resultado após três sessões, e um participante após quatro sessões. O estudo concluiu que vinte e seis crianças se beneficiaram significativamente do regime de auto-hipnose.

O Dr. Lazarus afirma que a auto-hipnose apresenta várias vantagens sobre a terapia com drogas tradicionais, incluindo a ausência de efeitos colaterais das drogas e uma abordagem menos onerosa para desordens leves e moderadas de tiques, em comparação com produtos farmacêuticos.

Embora reconheçam os resultados do estudo, outros cientistas continuam céticos em relação ao estudo, citando o número pequeno de participantes e a falta de dados a longo prazo sobre o uso da técnica.
O estudo também não incluiu um grupo controle.

 

Fonte:Nonpharmacological Treatment of Tics in Tourette Syndrome Adding Videotape Training to Self-Hypnosis”, Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics.
Tradução: antiga SBHH - Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria

 


Atualizado em 2016/02/27


 

18 janeiro 2011

Hipnose no Controle da Dor em Pacientes com Câncer de Mama

FOTO: Mulher segurando fita que simboliza a luta contra o câncer de mama
Foto: Odontoquality ® | Clínicas Odontológicas

 

Introdução

A hipnose pode ser um meio eficaz de tratar a dor em mulheres com câncer de mama, de acordo com uma pesquisa.

De acordo com a Dra. Lisa D. Butler, autora principal do estudo, professora adjunta da Faculdade de Trabalho Social, membro do corpo docente do Centro de Pesquisa Social da Universidade de Buffalo, o estudo randomizado avaliou a dor e o sofrimento, a frequência da dor e o grau de dor constante em 124 mulheres com câncer de mama metastático.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores registraram os níveis de dor em intervalos de quatro meses durante um ano. As mulheres que foram atribuídas ao grupo de tratamento receberam psicoterapia de grupo, bem como instrução e prática da hipnose para moderar seus sintomas de dor.

 

Relatos

Elas relataram “aumento significativamente menor na intensidade da dor e sofrimento ao longo do tempo”, em comparação com um grupo controle, onde as mulheres não receberam a psicoterapia de grupo.

No entanto, aquelas que receberam hipnose não relataram redução significativa na frequência ou na constância dos episódios de dor.

“Os resultados deste estudo sugerem que a experiência de dor e sofrimento para as pacientes com câncer de mama metastático pode ser reduzida com sucesso com uma intervenção que inclui hipnose num ambiente de terapia de grupo”, afirma Butler. “Esses resultados ampliam a crescente literatura apoiando o uso da hipnose como tratamento complementar para pacientes com experiência de dor”.

O estudo foi publicado no ano passado, (2009), em uma edição do periódico Health Psychology, da American Psychological Association.

 

Fontes: Effects of Supportive-Expressive Group Therapy on Pain in Women With Metastatic Breast Cancer, Lisa Butler.
Tradução: SBHH - Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria

 


Atualizado em 2016/01/23


 

15 janeiro 2011

Laboratório de hipnose ajudou a elucidar mais de 800 crimes

FOTO: Dr. Rui Sampaio
Foto: Google Imagens

 

Mais de 600 casos já foram elucidados pelo laboratório de Hipnose Forense do Instituto de Criminalística do Paraná. Desde a sua inauguração, em dezembro de 1999, o laboratório, único na América Latina, recebe regularmente solicitações de aplicação de hipnose proveniente de várias cidades e de outros Estados do Brasil. O Paraná é pioneiro na aplicação da técnica do hipnotismo no auxílio de investigações de casos policiais.

O laboratório é coordenado pelo psicólogo e psiquiatra Rui Fernando Cruz Sampaio e realiza em média seis atendimentos por mês. Os processos de hipnose são solicitados com maior frequência por delegados de polícia, porém promotores e juízes também pedem a ajuda do laboratório.

Na investigação criminal, a hipnose é utilizada como ferramenta de auxílio para elucidação de casos em que a testemunha ou vítima tem algum bloqueio mental decorrente do trauma sofrido. Vítimas de estupro, sequestro, assalto e atropelamento podem ter dificuldades para dar informações para confecção do retrato falado ou de características do local do crime.

Os relatos dados durante o processo de hipnose não são considerados como provas testemunhais. “Eles apenas indicam os caminhos a serem seguidos para a solução dos casos”, explica Sampaio.

 

Atropelamento

Há cerca de três anos, houve um atropelamento com duas vítimas fatais em Ponta Grossa. A polícia tinha apenas duas testemunhas do crime e uma pista: um Ômega bordô. As duas testemunhas foram submetidas à hipnose no laboratório. Suas declarações deram um novo rumo às investigações.

Uma das informações concedidas revelava que a cor do carro era azul. Após as investigações, a polícia descobriu um carro com as características citadas pelas testemunhas durante o hipnotismo em uma oficina mecânica na cidade. A perícia identificou alguns respingos de sangue na parte frontal do veículo e o proprietário foi indiciado como o responsável pelo atropelamento.

 

Assassinato

Em outro caso, Sampaio atendeu uma mulher que presenciou o assassinato de seu marido. Cerca de 16 anos depois do homicídio, ela foi hipnotizada e teve sua memória regredida até a data do crime. “Ela tinha uma grande clareza de tudo o que aconteceu no momento do crime. Aquela senhora reviveu o fato” disse Sampaio.

Com as informações resgatadas, foi possível fazer o retrato-falado do homicida. A mulher também conseguiu lembrar como o marido foi morto: a golpes de enxada. “Ela viu um ‘filme’ de como tudo aconteceu e ficou bastante emocionada com a lembrança do marido assassinado”, completou.

Com o passar dos anos, as técnicas foram sendo aperfeiçoadas e atualmente o resultado das investigações auxiliadas pela hipnose são bastante expressivos “Hoje, o índice de confiabilidade das informações obtidas numa sessão de hipnotismo é de praticamente 90%”, afirmou Sampaio.

 

Andarilho

Em maio de 2001, um jovem andarilho aparentando 20 anos de idade vivia perambulando pelas ruas de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Indagado sobre sua família e o lugar onde morava, o rapaz demonstrou sinais de amnésia. Lembrava-se apenas que viveu com um grupo de ciganos. Encaminhado ao laboratório do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Paraná, o jovem foi submetido ao processo de hipnotismo e mais um caso surpreendente foi elucidado.

Em transe, ele descreveu uma cidade, um rio, uma praça e uma fábrica de sucos. Entre suas revelações, houve constante repetição das palavras “esplanada” e “estância”. Durante a sessão, o andarilho também conseguiu lembrar do seu apelido de infância, Cuca, e o do seu irmão, Biro-biro. Após as investigações, descobriu-se que Esplanada era uma cidade na Bahia e Estância outra em Sergipe, separadas por 88 quilômetros.

A polícia entrou em contato com assistentes sociais nas duas cidades nordestinas e conseguiu localizar uma família em Esplanada. A cidade baiana é igual à descrição dada pelo jovem durante a sessão de hipnotismo.

Após o encontro com a família, foram realizados exames de DNA para verificar o laço familiar. Comprovado o parentesco, descobriu-se que o jovem havia sido raptado por ciganos que passavam pela cidade quando tinha oito anos.

Antes de viver em Fazenda Rio Grande o menino havia morado em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e São Paulo. Depois que começou a sofrer maus tratos da família de ciganos, ele decidiu fugir.

 

Fonte: Agência de Notícias Estado do Paraná
Originalmente publicado no blog PNL, Hipnose, Motivação

 

Atualizando os números

Eu, Samej Spenser, tive a honra de conhecer o Dr. Rui Sampaio no curso de Hipnose Clínica em Curitiba, (Dez/2010), e conversando com o Dr. Rui, fui informado que os crimes solucionados com a ajuda da Hipnose já ultrapassam a casa dos 700.

E como adendo, deixo abaixo uma entrevista com o Dr. Rui Sampaio ao amigo Valdecy Carneiro, (onde o Dr. Rui afirma que com o auxílio da Hipnose, mais de 800 casos foram resolvidos), realizada em Julho de 2015:

 


Bate-bola Hipnótico #5 | Tema: Hipnose Forense

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Atualizado em 2016/01/01


 

13 janeiro 2011

Hipnose atinge partes do cérebro que os tomógrafos e as neurocirurgias não conseguem

IMAGEM: Várias engrenagens, de tamanhos diferentes, com reproduções em 3D de diferentes ângulos do cérebro humano
Google Imagens

 

Não mais um mero ato de um teatro de variedades, a hipnose está sendo usada em laboratórios para explicar o funcionamento mais profundo do cérebro.

 

Introdução

Sempre que A.R. vê um rosto, seus pensamentos são banhados em cores e cada identidade desencadeia a sua tonalidade própria e rica que brilha através dos olhos de sua mente. Esta experiência é um tipo de sinestesia, que, para cerca de uma em cada cem pessoas, automaticamente combina os sentidos. Algumas pessoas sentem o gosto de palavras, outras veem sons, mas A.R. experimenta cores com cada rosto que vê. Mas nesta ocasião, talvez pela primeira vez em sua vida, um rosto é apenas um rosto. Não há cores, ricos matizes, ou luzes internas.

Se a experiência é nova para A.R., é igualmente nova para a ciência, porque ninguém tinha suspeitado que a sinestesia pudesse ser revertida. Apesar da originalidade da descoberta, a técnica responsável pelo interruptor não é nem a estimulação cerebral de alta tecnologia, nem a mais moderna neurocirurgia, mas a antiga técnica da Hipnose.

 

Utilizando a hipnose

A reversão surpreendente da sinestesia de A.R. foi relatada em um estudo1 recente feito pelo psicólogo Devin Blair Terhune e seus colegas da Universidade de Lund, na Suécia. Os pesquisadores mostraram fotos de rostos com cores e matizes para A.R. e pediu-lhe para identificar o tom da cor na tela, enquanto a atividade elétrica de seu cérebro era medida com eletrodos no couro cabeludo.

Quando a cor do rosto na tela entrava em conflito com a cor que aparecia em sua mente, ela reagia lentamente, como se estivesse tentando ler semáforos com óculos coloridos. Enquanto isso, as medições elétricas mostravam seu cérebro se esforçando para resolver o conflito.

Mas após a reversão pela hipnose, ela passou sem problemas pelos nomes das cores, reagindo tão rapidamente como pessoas sem sinestesia, e não exibindo nenhum dos sinais neurológicos de tentar resolver tarefas mentais concorrentes. A hipnose não só alterou a sua experiência, mas modificou o funcionamento de vias específicas do cérebro de uma maneira que nós normalmente não podemos controlar somente com a vontade consciente.

Em um número crescente de laboratórios ao redor do mundo, a hipnose está sendo usada como uma ferramenta experimental para permitir que os investigadores temporariamente desfaçam nossas respostas psicológicas normalmente integradas para entender melhor a mente e o cérebro.

A sinestesia é uma associação psicológica automática que ocorre apenas em pouquíssimas pessoas, mas nós somos abençoados (e, de fato, amaldiçoados) com mentes que operam principalmente no piloto automático. Consideremos estas palavras, por exemplo. Enquanto você lê as palavras deste texto, você não está conscientemente identificando cada letra, conjugando-as em sua cabeça, e combinando o conjunto a uma memória do que significa, apenas parece acontecer automaticamente quando você vê cada uma.

 

O “Efeito Stroop”

Em uma analogia com a tarefa conflitante de cores de A.R., se eu pedir-lhe que nomeie a cor com a qual a palavra verde está destacada, eu espero que você diga vermelho. Acontece que você é ligeiramente mais lento em nomear a cor de realce quando esta se choca com a palavra (como em vermelho, verde e azul) do que quando as cores e as palavras são as mesmas (como em vermelho, verde e azul), porque não podemos decidir não ler as palavras quando as vemos — isso acontece automaticamente — e isso interfere com a tentativa de nomear a cor do realce.

 

Lista de nomes das cores, coloridos com sua própria cor
Diga em voz alta o nome de cada cor

 

Lista de nomes das cores, coloridos com cores diferentes das dos seus respectivos nomes
Diga em voz alta o nome de cada cor (novamente)

 

Esta interferência é conhecida como o Efeito Stroop e, juntamente com as respostas normais do cérebro que a acompanham, também foram revertidas com a hipnose “desligando” a leitura automática das palavras.

Se você não está familiarizado com a hipnose, eu suspeito que você possa imaginar cenas com um cavalheiro vitoriano balançando um relógio de bolso em um scanner cerebral, mas não há magia no procedimento — que apenas exige que alguém se concentre em sua voz. Mesmo a parte do relaxamento foi demonstrada como sendo opcional, depois que em um estudo inovador2 foi possível hipnotizar pessoas enquanto usavam bicicletas ergométricas.

Talvez a coisa mais importante à saber sobre a hipnose é que nem todo mundo é hipnotizável na mesma medida: inúmeras pesquisas têm demonstrado que cada um de nós difere em nossa suscetibilidade. A maioria das pessoas pode experimentar a sensação de seus braços estarem leves ou pesados através da sugestão de outra pessoa, um pouco menos pode sentir como se os movimentos estivessem sendo impedidos, e apenas uma minoria — cerca de 10% da população — experimenta mudanças no funcionamento da percepção, memória e pensamento.

Para aqueles que são “pouco hipnotizáveis”, a sensação de ser hipnotizado muitas vezes é como ouvir uma daquelas fitas um daqueles áudios de relaxamento um tanto quanto longos e chatos, mas para os altamente hipnotizáveis, conhecidos como “prodígios” na literatura científica, os efeitos são convincentes.

Não sabemos por que temos essa tendência, mas sabemos que é em parte genética3, que é influenciada4 por genes específicos5, e tem sido associada a diferenças na estrutura cerebral6.

Esta característica parece estar normalmente distribuída por toda a população e não foram encontrados métodos confiáveis para se alterar o quanto somos hipnotizáveis. Provavelmente, algumas pessoas possuem esta característica, enquanto outras não. Esta característica é geralmente descrita como “sugestionabilidade”, mas não tem nada a ver com ingenuidade ou a ser facilmente conduzido. Pessoas suscetíveis à hipnose não são ingênuas, crédulas ou têm confiança mais do que ninguém, mas elas têm a capacidade de permitir mudanças aparentemente involuntárias em suas mentes e seus corpos.

A frase chave aqui é que elas “têm a capacidade de (se) permitir”, porque a hipnose não pode ser usada para forçar alguém contra sua vontade. É um pouco como assistir um filme emocional. Se você quiser, você pode permanecer distante, ignorar o que está acontecendo, ou jogar Sudoku na sua cabeça, mas se você se envolve com a história, você não decide conscientemente se sentirá alegria ou tristeza à medida que a história avança, você simplesmente reage. A hipnose funciona de forma semelhante — algumas pessoas simplesmente parecem ter a capacidade de conseguir “se envolver mais na história”.

Quando uma sugestão é bem-sucedida, a experiência dela parecendo “acontecer por si só” é fundamental, e é exatamente com isso que os neurocientistas têm trabalhado — sugerindo mudanças temporárias para a mente que não seríamos necessariamente capazes de desencadear por conta própria. No caso dos dois experimentos7, 8 que conseguiram temporariamente “desligar” o efeito Stroop em pessoas altamente hipnotizáveis, a sugestão era que as palavras pareciam como “símbolos sem sentido”. Isso evitou um conflito entre a cor e a palavra, porque o texto repentinamente parecia ser algo sem sentido.

Estes estudos têm sido úteis, pois eles descobriram que o sistema de resolução de demandas conflitantes do cérebro, parte do nosso sistema de gestão da atenção, parecia ficar desligado. Os prodígios da hipnose aparentemente têm a capacidade de colocar este sistema em modo de espera quando necessário, algo que não está presente nos pouco hipnotizáveis. Os neurocientistas Amir Raz e Jason Buhle sugerem9 que a hipnose acontece realmente quando nós permitimos que as sugestões assumam nosso controle da atenção normalmente autodirigido que lida com a autogestão mental, permitindo que a ciência tenha uma ferramenta interessante para “penetrar por baixo da capa” da mente consciente.

Além de nos permitir explorar melhor os detalhes básicos da mente e do cérebro, a hipnose está sendo usada também para simular experiências que normalmente causam problemas às pessoas, tais como alucinações ou perda de controle sobre o corpo. Como os efeitos das sugestões são apenas temporários, a hipnose pode ser usada para disparar essas experiências sem problemas e por apenas alguns minutos de cada vez. Os “prodígios” são muito procurados para experimentos que envolvem o escaneamento do cérebro, onde os pesquisadores analisam os padrões de atividade cerebral quando, por exemplo, eles são convidados a ouvir uma música ilusória ou sentir como se não pudessem mover a mão.

Vários grupos de pesquisa têm mostrado10 que a hipnose parece emular essas experiências acuradamente e que os efeitos sobre o cérebro são diferentes daqueles quando os participantes são convidados a falsificar ou imaginar a mesma coisa — ambas as comparações são importantes porque não podemos distinguir apenas a partir do que alguém diz que está realmente experimentando os efeitos (como podem atestar os pais de crianças tímidas em relação à escola que apresentam dores de estômago misteriosamente cronometradas).

Nosso próprio grupo de pesquisas está usando a hipnose para simular mudanças no controle do corpo11, em parte para examinar se processos cerebrais semelhantes estão envolvidos tanto na hipnose quanto em uma doença chamada transtorno de conversão — onde o que parecem ser sintomas neurológicos aparece, como paralisia ou cegueira, apesar de não haver danos no sistema nervoso, que poderiam explicá-los.

Até onde sabemos, parece haver semelhança entre a doença e os efeitos da hipnose, onde os sistemas de atenção do lobo frontal parecem fazer com que outras áreas do cérebro fiquem desligadas. O que não temos certeza, é porque isso é apenas temporário na hipnose, mas a longo prazo no transtorno de conversão.

Mas talvez ainda o mais misterioso seja o porquê de termos a capacidade de sermos hipnotizados. Como uma espécie, cerca de 10% da população pode ter sua realidade alterada profundamente, pela simples sintonia a sugestões feitas por outra pessoa — algo que é profundamente estranho quando se pensa a respeito.

A hipnotizabilidade dos “prodígios” nunca foi ligada com segurança a quaisquer problemas ou dificuldades, e tem sido sugerido que, ao contrário, ela na realidade reflete um controle mais eficiente dos sistemas de atenção do cérebro. Pode ser um efeito colateral de outros benefícios, mas nós ainda não temos boas teorias.

 

Por Vaughan Bell, do blog de neurociência Mind Hacks.

 

Fonte: www.guardian.co.uk
Tradução: SBHH - Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria
Originalmente publicado no site da extinta SBHH - Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria.

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Se você tiver alguma sugestão, deixe-me saber. Utilize o campo de comentários logo abaixo! ;)

 

Notas

1 Terhune, D. B., Cardeña, E. & Lindgren, M., Disruption of synaesthesia by posthypnotic suggestion: An ERP study. Neuropsychologia, September 2010, Volume 48, Issue 11, pp. 3360–3364. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

2 Banyai, Eva I. & Hilgard, Ernest R., A comparison of active-alert hypnotic induction with traditional relaxation induction. Journal of Abnormal Psychology, April 1976, Volume 85(2), pp. 218-224. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

3 Davert, Edna C., Hilgard, Ernest R. & Morgan, Arlene H., The heritability of hypnotic susceptibility of twins: A preliminary report. Behavior Genetics, August 1970, Volume 1, Issue 3, pp. 213-224. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

4 Lichtenberg, P., Bachner-Melman, R., Gritsenko, I. & Ebstein, R. P., Exploratory association study between catechol-O-methyltransferase (COMT) high/low enzyme activity polymorphism and hypnotizability. American Journal of Medical Genetics, December 2000, Volume 96: pp. 771–774. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

5 Bachner-Melman, R., Crawford, Helen J., Ebstein, Richard P., & Lichtenberg, P., Hypnotic Susceptibility: Multidimensional Relationships With Cloninger’s Tridimensional Personality Questionnaire, COMT Polymorphisms, Absorption, and Attentional Characteristics. International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, 2004, Volume 52, Issue 1, pp. 47-72. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

6 Horton, James E., Crawford, Helen J., Harrington, G. & Brain, J. H. D., Increased anterior corpus callosum size associated positively with hypnotizability and the ability to control pain. August 2004, 127 (8). [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

7 Fan, Jin, Posner, Michael I., Raz, Amir, Hypnotic suggestion reduces conflict in the human brain., Sackler Institute for Developmental Psychobiology, Weill Medical College of Cornell University, New York, NY, Current Issue, April 2005, Volume 102 Nº. 28. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

8 Egner, T., Jamieson, G., Gruzelier, J., Hypnosis decouples cognitive control from conflict monitoring processes of the frontal lobe. NeuroImage, Volume 27, Issue 4, October 2005, pp. 969–978. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

9 Buhle, J. & Raz, A., Typologies of attentional networks. Nature Reviews Neuroscience 7, May 2006, pp. 367-379. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

10 Oakley, D. A. & Halligan, P. W., Hypnotic suggestion and cognitive neuroscience. Trends in Cognitive Sciences, June 2009, Volume 13, Issue 6, pp. 264-270. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

11 Bell, V., Deeley, Q., Halligan, P. W. & Oakley, D. A., Dissociation in hysteria and hypnosis: evidence from cognitive neuroscience. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 2010. [Página visitada em 25 de Janeiro de 2016]

 


Atualizado em 2016/01/26


 

11 janeiro 2011

Hipnose no trabalho, Freud explica…

FOTO: Sigmund Freud
Foto: Sigmund Freud por Newronio ESPM

 

Introdução

Hipnólogos são as novas armas das empresas para trazer à tona as competências dos profissionais, melhorar o desempenho e as relações interpessoais. Eles usam várias técnicas, como Programação NeuroLinguística (PNL), terapia e coaching.

Pode parecer estranho, mas a hipnose tem sido utilizada no ambiente de trabalho para o desenvolvimento de competências e até para melhorar as relações interpessoais. Há várias técnicas e aplicabilidades, como assertividade, liderança, comunicação e comprometimento. E os métodos são escolhidos de acordo com as necessidades de cada empresa e podem ser aplicados de muitas maneiras, entre elas palestras, cursos, treinamentos e até por meio de consultas particulares.

 

10 janeiro 2011

Hipnose pode impedir o sono ao volante e acidentes

FOTO: Homem dormindo ao volante
Foto: www.interne.com.br

 

Estima-se que 63% dos norte-americanos dormem menos de oito horas por dia e que 31% dormem menos de sete horas. Dois terços dos americanos têm insônia ou dizem não conseguir dormir bem, pelo menos algumas noites por semana. Portanto, quando você se sentir sonolento, isso significa que você não dormiu o suficiente.

06 janeiro 2011

Sou Hipnotizável?

FOTO: Terapeuta atendendo uma cliente
Foto: Inspire Yoga

 

Uma das dúvidas mais comuns sobre o estado hipnótico está relacionada ao “ser” ou não hipnotizável. A moderna hipnose, com a adoção de técnicas diversificadas, personalizando a indução, de acordo com características da personalidade e do comportamento de cada sujeito, praticamente possibilita a todas as pessoas serem hipnotizadas, desde que necessitem e queiram.

A indução, através de metáforas, consegue, muitas vezes, quebrar a barreira do consciente, permitindo acesso ao subconsciente, de forma mais efetiva e menos invasiva. Faça você mesmo um teste. Abaixo segue um texto. Siga a seguinte orientação:

05 janeiro 2011

Hipnose ajuda tratar traumas, alivia asma e ansiedade

Pessoa aproximando uma bombinha para asma à boca
Foto: Asma - Sintomas da Asma | Regional Farmácias

 

Análise de 18 estudos realizados nos EUA mostra que a hipnose ajuda a diminuir a dor em 3 de cada 4 pacientes, alivia a asma, ansiedade e ajuda a acelerar a cicatrização.

 

Introdução

De acordo com o hipnoterapeuta Cersi Machado, isto é possível porque a hipnose estimula partes do cérebro envolvidas na percepção, alterando substâncias químicas ligadas a outros sistemas do organismo, como o imunológico.

A hipnose é considerada um estado especial de “superatenção”, quando os dois hemisférios do cérebro trabalham em total sintonia e focalizados no mesmo objetivo, facilitando a criatividade, a concentração e até o controle corporal completo, inclusive sobre as percepções dos sentidos. “Sendo assim, o processo de cura se torna mais eficaz”, diz. Cersi lembra ainda que, desta forma, a hipnose pode ser usada em tratamentos de traumas, fobias, ansiedade, queimaduras, tabagismo, problemas sexuais, da fala, fortalecimento de autoestima, para anestesiar e controle da dor, entre outros.

04 janeiro 2011

O uso da Hipnose Estratégica nos quadros de Depressão

FOTO: Mulher deprimida
Foto by FreeImages.com

 

Introdução

A maioria das pessoas já teve a sensação de que um momento em sua vida não passou de um sonho ruim, um pesadelo. A horrível sensação de ter falhado, de que nada funciona, nada importa e que não há solução.

É necessário fazer uma diferenciação de depressão e sentimento de luto. O sentimento de luto é a tristeza ligada a uma perda de uma pessoa querida, de um trabalho, de uma situação de vida, isto é, uma reação normal a uma perda significativa na vida. A depressão é um fenômeno e uma experiência pela qual a tristeza se torna persistente, incapacitando, deteriorando a saúde, porém pode se desencadear em um processo de luto.

Uma das maiores dificuldades da abordagem terapêutica da depressão é o diagnóstico correto e a aproximação adequada a este. O primeiro passo para abordar a depressão ou qualquer outro quadro patológico é um bom diagnóstico.

 

Psicopatologia

O Transtorno Depressivo Maior é caracterizado por um ou mais Episódios Depressivos Maiores, sem história de Episódios Maníacos, Mistos ou Hipomaníacos. Devemos também descartar os episódios de Transtorno do Humor Induzido por Substância (devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma droga de abuso, um medicamento ou exposição a uma toxina) ou de Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral, um Transtorno Esquizoafetivo, nem devem estar sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação.

Os quadros de Depressão se caracterizam por: um estado de desânimo e esgotamento, onde o sujeito sente-se sem ânimo para as atividades que exerce normalmente; humor deprimido; muito sono ou insônia; interesses e prazeres diminuídos; perda de peso e diminuição de apetite; agitação ou retardamento psicomotor; fadiga e falta de energia; sentimentos de culpa e inutilidade; diminuição da habilidade de pensar, concentrar; indecisão; pensamentos de morte recorrentes.

Outra patologia ligada a Depressão é o que chamamos Distimia. A característica essencial do Transtorno Distímico é um humor cronicamente deprimido que ocorre na maior parte do dia, na maioria dos dias, por pelo menos 2 anos. Indivíduos com Transtorno Distímico descrevem seu humor como triste ou “na fossa”. Em crianças, o humor pode se manifestar como irritação e com duração mínima exigida de apenas 1 ano.

Durante os períodos de humor deprimido, pelo menos dois dos seguintes sintomas adicionais estão presentes: apetite diminuído ou hiperfagia, insônia ou hipersonia, baixa energia ou fadiga, baixa estima, fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões e sentimentos de desesperança, baixo interesse, autocrítica aumentada, frequentemente vendo a si mesmo como desinteressante ou incapaz. Estes sintomas tornam-se parte presente na experiência cotidiana do indivíduo (por ex., “Sempre fui deste jeito”, “É assim que sou”), eles em geral não são relatados, a menos que diretamente questionadas pelo terapeuta.

Outra categoria patológica diagnosticada como Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação inclui transtornos com características depressivas que não satisfazem os critérios para Transtorno Depressivo Maior, Transtorno Distímico, Transtorno de Ajustamento Com Humor Deprimido ou Transtorno de Ajustamento Misto de Ansiedade e Depressão. Às vezes, os sintomas depressivos podem apresentar-se como parte de um Transtorno de Ansiedade Sem Outra Especificação.

Um dos maiores problemas do tratamento de depressão é o seu diagnóstico. Sintomas de depressão podem esconder outra patologia como Desordens Dissociativas de Identidade (DDI). A característica essencial do Transtorno Dissociativo de Identidade é a presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que se alternam assumindo o controle do comportamento. Existe uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, cuja extensão é demasiadamente abrangente para ser explicada pelo esquecimento normal. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral.

Os clientes que apresentam DDI há anos sem um diagnóstico correto dentro do sistema de saúde mental mudam de terapeuta e de medicamento, onde os sintomas tratados apresentam um pequeno ou nenhum progresso terapêutico. A DDI se caracteriza pelas seguintes desordens: depressão, instabilidade de humor, tendências suicidas, desordens de sono (insônia, terrores noturnos, sonambulismo), ataque de pânico, fobias, abuso de álcool e drogas, compulsões, rituais, sintomas psicóticos (alucinações auditivas e visuais), e desordens de ingestão. Além disto, indivíduos com DDI podem apresentar enxaquecas, amnésias, perda da noção de tempo, transe, e experiências de estar fora do corpo. Algumas pessoas com DDI têm tendência para sentimentos persecutórios, sabotagem pessoal e violência.

 

Leitura Corporal

Toda pessoa deprimida, em função de luto ou não, são atormentadas pela sensação de culpa e estão sempre se autorrepreendendo. A palavra “depressão” se origina do latim que significa subjugar, reprimir. Podemos pensar que uma pessoa deprimida esta sendo subjugada ou reprimindo algo. Fique atento a agressividades que, por estarem reprimidas levam à depressão como uma forma de evitar responsabilidades.

Em todas as doenças psíquicas está implícito um ritual e especialmente na depressão isto se acentua. Devemos buscar o ritual inconsciente e torná-lo consciente. Isto é o sintoma como cura, ou a prescrição do sintoma.

Devemos examinar qualquer sintoma sob vários ângulos e aspectos, esta atitude terapêutica é fundamental. Quem sofre de depressão sofre por um excesso de pressão, interna ou externa, é como se o corpo paralisasse para ganhar forças para lutar. Depressão examinada sob este ângulo quer dizer sinal de mudança, significa busca de saúde mental.

Existem características bem próprias do sintoma depressão que devemos olhar com bastante atenção. A maioria dos clientes deprimidos se coloca no lugar de vítima, onde tudo e todos são culpados pelo processo depressivo, inclusive o terapeuta por não conseguirmos dar conta deste sintoma. Outro ponto importante é a relação de dependência que o cliente deprimido tem com pessoas, provocando evitação social. Alguns demonstram tendências a se martirizarem ou a autossacrifícios.

Os quadros de obesidade e dores psicossomáticas poderão estar inscrito numa depressão e o sono na depressão como uma forma de defesa e fuga.

 

Abordagens da Depressão Através da Hipnose Estratégica

A Depressão é um sintoma complexo e o comportamento depressivo traz uma série de artimanhas, símbolos, atitudes, etc. Abordar a depressão terapeuticamente requer uma série de estratégias, pois o trabalho básico com as depressões são as mudanças de associações. É virar o jogo, transformar o que é negativo em positivo, quebrar um círculo vicioso.

Neste trabalho venho mostrar como tenho trabalhado no tratamento com Hipnose nas diversas patologias, mas me centrando em cima do sintoma Depressão.

A Hipnose é um procedimento terapêutico extremamente útil no tratamento das diversas patologias, mas como Teresa Robles já disse: “Aprender a induzir um transe é igual a aprender a aplicar uma injeção. Qualquer um é capaz de fazê-lo, mas para saber o que esta se aplicando é necessário o conhecimento médico. E pode-se adoecer ou matar alguém com uma injeção”.

Há algum tempo venho desenvolvendo uma prática extremamente útil para a aplicação da hipnose. A partir do estudo de Psicodrama e da Terapia Sistêmica me deparei com procedimentos terapêuticos interessantes, pois antes de qualquer intervenção terapêutica estas técnicas eram precedidas de técnicas avaliativas e mapeamento do sintoma, depois se formulava as hipóteses e os procedimentos terapêuticos. Adaptei estas técnicas para a sua utilização com procedimentos hipnóticos.

 

A Hipnose Estratégica e os Procedimentos Hipnóticos

A Hipnose Estratégica é uma técnica que se origina nos jogos internos dramáticos do psicodrama. O jogo dramático interno pode ser definido com a montagem de uma cena interna como caráter elaborativo, permitindo uma aproximação e elaboração dos conflitos internos.

Uma das características da utilização da Hipnose Estratégica são as técnicas avaliativas utilizadas antes da prática formal de hipnose. Tais técnicas têm como fundamento estabelecer um diagnóstico, meta ou sintoma à ser trabalhado, mapear o sistema individual e familiar do indivíduo, estabelecer um diagnóstico e um tratamento. Esta abordagem facilita o processo terapêutico, pois após o mapeamento e as técnicas avaliativas é possível planejar um plano de tratamento usando induções elaborativas e jogos dramáticos.

Uma das marcas da utilização da Hipnose Estratégica são as induções hipnóticas interativas, onde o cliente é estimulado durante o processo de indução formal a participar de forma mais ativa, criando um palco imaginário onde revive todos os seus conflitos e dramas. Podendo recuperar a sua energia de vida, sua criatividade e a sensação de estar em paz com a vida.

 

Técnicas Avaliativas

As Técnicas Avaliativas em utilizando a Hipnose Estratégica tem a função de estabelecer um diagnóstico do problema ou sintoma apresentado, permitir que o terapeuta formule hipóteses e trace um plano de tratamento.

As Técnicas Avaliativas são compostas de dois tipos de aproximações, as aproximações hipnóticas e mapeamento sistêmico do sintoma. As técnicas hipnóticas têm como objetivo estabelecer jogos explorativos que buscam desenhar as diferentes maneiras como um problema ou o sintoma se apresenta. O mapeamento tem como função estabelecer o Mapa de vida do cliente e suas ressonâncias no sintoma.

 

As Técnicas Hipnóticas Avaliativas

Estas técnicas tem a sua origem numa prática psicodramática chamada psicodrama interno, foram adaptadas para a realidade hipnótica e mantém uma dupla finalidade, pesquisar o sintoma ou problema, além do caráter elaborativo.

As técnicas hipnóticas avaliativas tem caráter explorativo e permite que o terapeuta e cliente conheçam mais sobre o sintoma, suas relações com a família, com o meio e com o próprio indivíduo e seus recursos. O objetivo básico é compreender o sintoma e as diferentes partes da história pessoal de cada indivíduo, possibilitando aprender e compreender o sintoma pela experiência.

Algumas objetivam principalmente o sistema, isto é, como a pessoa se relaciona com o ambiente e suas diferentes partes, diferenciando como a pessoa se relaciona com ele.

 

O Mapeamento do Cliente

Todas as pessoas manejam mapas internos, que incluem objetos e roteiros personalizados em que a comunicação entre os indivíduos cria e mantém experiências. As relações das pessoas com os seus sintomas podem ser avaliados a partir do seu Mapa de mundo pessoal.

Portanto o Mapa são percepções, papéis, visões de mundo apreendidos nas relações íntimas e familiares usados para reassociar às experiências, se tornando automatizados e inconscientes. E os seus sintomas são resultados de escolhas inconscientes por associações determinadas pelo seu mapa. E por ser inconsciente é trôpego e cego por natureza.

O sintoma é o que o cliente apresenta quando começa um processo terapêutico. E para avaliar a função do sintoma devemos examinar os seus fatores individuais, sociais e ambientais. É nesse momento que devemos usar a avaliação sob medida.

Este mapeamento tem um caráter de redefinição e distanciamento do sintoma. Pois quanto mais falamos dele mais possibilidade temos de elaborá-lo. A intervenção de Mapeamento do Sintoma proporciona questionamentos sistêmicos que permitem ao cliente se orientar sob uma nova perspectiva sobre o seu problema, e possa enxergar o seu problema de um plano horizontal e atual e fazer um resgate vertical, na sua história, podendo fazer uma nova opção adaptativa pela vida.

 

Trabalhando com a Depressão

Como já disse a Depressão é um sintoma complexo, pois o comportamento traz uma série de artimanhas, símbolos, atitudes. Abordar a depressão terapeuticamente requer uma série de estratégias, pois o trabalho básico com as depressões são as mudanças de associações. É virar o jogo, transformar o que é negativo em positivo, quebrar um círculo vicioso.

O trabalho com depressão deverá seguir os seguintes passos:

  • A hipótese diagnóstica bem elaborada;
  • Técnicas de Ancoragem;
  • Lugar Seguro;
  • Instalação de Recursos;
  • Regressão Positiva; entre outras (as técnicas de Teresa Robles com feridas, muros, disfarces);
  • Uso de CDs de Relaxamento;
  • Utilização de medicação como suporte nos casos necessários;
  • Técnicas Hipnóticas Avaliativas;
  • Técnicas Hipnóticas Terapêuticas, buscando a verdadeira origem da depressão;
  • Tarefas Terapêuticas;
  • Técnicas de Instalação de Futuro.

 

Hipóteses Diagnosticas

O primeiro passo para uma aproximação efetiva nos casos de Depressão é uma boa Hipótese Diagnóstica. Esta hipótese se faz com o conhecimento de psicopatologia que se confirmará com as técnicas avaliativas.

Um dos cuidados especiais que deveremos ter em mente é o caráter dinâmico das patologias. Muitas vezes o que parece Depressão poderá ter outra patologia associada.

Devemos orientar inicialmente o nosso trabalho terapêutico em cima das hipóteses diagnósticas. Mas de toda forma a Depressão é um sintoma que devemos exagerar nos cuidados, o cliente deverá se sentir protegido, bem recebido. Não hesite em sugerir medicação como apoio nos casos em que há um pequeno risco de suicídio ou que a depressão ultrapassou o limite pessoal do cliente para suportá-la.

 

Técnicas de Ancoragem

Qualquer procedimento terapêutico com Depressão deverá ser precedido pelas Técnicas de Ancoragem, ou seja, aliviar pressão, estabelecer uma base firme, estabelecer recursos criando um espaço potencial de onde se originará qualquer processo de mudança.

 

Técnicas Avaliativas

Depois de usarmos as Técnicas de Ancoragem e que sentirmos que o cliente tem uma base firme, o próximo procedimento serão as Técnicas Avaliativas. Como já disse, as técnicas hipnóticas avaliativas têm caráter explorativo que tem como objetivo permitir que terapeuta e cliente conheçam mais sobre o sintoma, suas relações com a família, com o meio e com o próprio indivíduo e seus recursos. O objetivo básico é compreender o sintoma e as diferentes partes da história pessoal de cada indivíduo. Ela cria para o cliente a possibilidade de apreender e compreender o sintoma pela experiência.

 

Mapeando a Depressão

Mapear a Depressão é uma intervenção sistêmica que visa colher as percepções, papéis, visões de mundo apreendidos nas relações íntimas e familiares usados para reassociar às experiências, se tornando automatizados e inconscientes e alimentando o quadro depressivo. Pois os sintomas depressivos são resultados de escolhas inconscientes por associações determinadas pelo mapa do cliente. E por serem inconsciente são trôpegas e cegas por natureza.

O sintoma Depressivo é o que o cliente apresenta quando começa o processo terapêutico. E para avaliar a função do sintoma devemos examinar os seus fatores individuais, sociais e ambientais. É nesse momento que devemos usar também a avaliação sob medida de Zeig.

Este mapeamento tem um caráter de redefinição e distanciamento do sintoma. Pois quanto mais falamos dele mais possibilidade temos de elaborá-lo. A intervenção de Mapeamento do Sintoma proporciona questionamentos sistêmicos que permitem ao cliente se orientar sob uma nova perspectiva do seu problema. Proporciona enxergar o seu problema num plano horizontal e atual e fazer um resgate vertical, na sua história, podendo fazer uma nova opção adaptativa pela vida.

 

Tarefas para Depressão

Algumas tarefas poderão ser claramente rejeitadas, mas a função é a mudança de associações. De posse do resultado do Mapeamento e das Técnicas Avaliativas monte tarefas que auxiliarão o cliente nos quadros depressivos. Um cliente deprimido deverá cumprir as tarefas em uma ordem estrategicamente definida:

  • Primeiro passo:
    Trabalhar analogicamente com que o problema se parece, buscando um símbolo do problema;
  • Segundo passo:
    Utilização de metáforas de mudanças, com as soluções e com bastante analogias;
  • Terceiro passo:
    Utilizar em tarefas símbolos de paralisações;
  • Quarto passo:
    Semear novas associações.

 

Técnicas Terapêuticas

Esta é a parte mais importante do tratamento da depressão, pois o terapeuta estará de posse de todas as informações necessárias para estabelecer aproximações que atacarão a verdadeira origem da depressão. Nesta abordagem a utilização do drama associado à hipnose se mostra extremamente útil, pois resgatará a conexão do sujeito com o seu lado verdadeiro, escondido atrás de comportamentos depressivos.

As abordagens se diferenciarão de acordo com as hipóteses colhidas nas etapas anteriores, isto é:

  • Depressões Exógenas
    São as depressões causadas por fatores externos (Depressão Reativa, Distimia, Luto Excessivo, etc.)

 

Trabalhando com os Quadros de DDI

As Desordens Dissociativas são responsivas a psicoterapia individual, medicamentos, hipnoterapia, arte terapia e terapias corporais. O curso de tratamento é a longo prazo, intensivo, e invariavelmente doloroso, por isto envolve lembrar e reprocessar as experiências traumáticas que causam a dissociação. Não obstante, indivíduos com DDI foram trabalhados de uma forma mais efetiva por terapeutas que trabalham em uma variedade de aproximações e técnicas.

Por envolver dissociação a abordagem hipnótica deverá se concentrar em trabalhar com partes, abordando os diversos “Estados de Ego”, fazendo conexões saudáveis entre eles. E por fim trabalhar através do uso de drama o trauma que se encontra na raiz dos sintomas.

 

O Trabalho com Hipnose nos Quadros de DDI

  1. Técnicas de Ancoragem:
    Por se tratar de um quadro patológico complexo e envolver dissociação qualquer procedimento terapêutico com Depressão deverá ser precedido pelas Técnicas de Ancoragem. O primeiro passo é aliviar pressão, estabelecer uma base firme, estabelecer recursos criando um espaço potencial de onde se originará qualquer processo de mudança:
    • Lugar Seguro;
    • Técnicas de Retenção;
    • Instalação de Recursos;
    • Regressão Positiva;
    • CDs de Relaxamento;
    • Medicação.
  2. Técnicas Terapêuticas:
    Aplicada as Técnicas de Ancoragem, devemos então desfazer a dissociação mal adaptada para permitir permeabilidade e fluência das conexões do pensamento. A seguir devemos promover uma atitude cooperativa e colaboradora entre os estados de ego, desfazendo uma postura competitiva e polarizada, orientando o sistema para uma “democracia de consensual”, entre todas as partes não permitindo que uma domine de forma autoritária. Quando necessário, trabalhar as origens mais profundas da dissociação, o trauma;
  3. Os Estados de Ego:
    Os Estados de Ego podem ser definidos como estruturas formadas por várias partes. A parte central pode ser definida como o centro ou a essência do ego que contém vários comportamentos e elementos experienciais que aparecem no indivíduo normal;
  4. Principais Técnicas
    O trabalho com DDI deverá trabalhar as partes buscando uma conexão saudável e adaptativa. As principais técnicas são:
    • Ponte de Afeto
      Em 1971 Watkins formulou o conceito de ponte de afeto, uma técnica que visa ampliar o afeto enquanto o paciente está um transe hipnótico. Ao paciente é pedido para voltar com o seus afetos atrás no tempo, como se fosse por uma ponte, achar as suas origens (J. G. Watkins, 1971).
    • Trabalhando Pessoas ou Partes que Incomodam
      Esta técnica utiliza do conceito de drama associado à hipnose e propicia ao cliente se confrontar com partes opostas internas, conflitos internos, ou com pessoas com a qual trazem uns sentimentos a serem acertados. Pode também ser usada para trabalhar partes de sonhos ou para a verbalização de sentimentos que incomodam.
    • Tirando as Roupas ou Trabalhando os nossos Papéis
      Esta indução é uma técnica simples e visa explorar os papéis ou disfarces que nossos clientes desempenham pela vida.
    • A Troca dos Estados de Ego
      Esta indução utilizando de drama tem a tarefa terapêutica de facilitar uma troca natural de um estado de ego problemático para algum outro estado de ego que possa acalmar ou aliviar a ansiedade associada com o estado de ego problemático.

 

Bibliografia

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DAHLKE, R.A Doença como Linguagem da Alma — São Paulo — Cultrix — 1992;

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FREUD, S.Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud — Vol. XVI — Rio de Janeiro — Imago — 1976;

GILLIGAN, S.Coragem de Amar — Belo Horizonte — Caminhos — 2001;

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OLIVEIRA, G. R.A Arte o Brincar e a Família — Belo Horizonte — Artigo — 1991;

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WATKINS. J. H.Ego States — Norton — 1977;

WINNICOTT, D. W.O Brincar e a Realidade — Rio de Janeiro — Imago — 1975.

 

Por Gastão Ribeiro, em 22/01/2008.
Fonte: www.portalcmc.com.br

 


Atualizado em 2015/12/25