05 abril 2012

A Hipnose e seus “Mitos”

IMAGEM: Hipnose: verdades & mitos
Imagem: Hipnose e Regressão

 

Tópicos

 

1. Introdução

Para que o leitor que não esteja acostumado com o palavreado utilizado se sinta à vontade, determinadas palavras e/ou sentenças terão um sublinhado pontilhado, assim. Apenas coloque o ponteiro do mouse sobre essa palavra para verificar seu significado.

Se você estiver lendo este artigo no celular ou em algum outro dispositivo móvel e não tem como utilizar um mouse, tudo bem também, basta conferir a nota tocando no número entre colchetes, aqui exemplificado por um asterisco: *. E para voltar ao ponto em que estava, basta clicar na seta ao fim da nota:

 

“É mais fácil quebrar o núcleo de um átomo do que os preconceitos humanos.”
— Albert Einstein

 

Na contramão da afirmação do gênio, aqui estou com mais um artigo para a melhor compreensão da Hipnose.

Grande parte dessas dúvidas vêm da desinformação e preconceito que muitos nutrem acerca da hipnose. E, obviamente, como tudo o que é desconhecido, gera medo, insegurança e desconfiança.

Muita gente atribui tais mitos e conceitos negativos da hipnose aos hipnotizadores de palco, coisa que em minha humilde opinião é uma inverdade1!

Devido à literatura (com seus romances e ficções), cinema e principalmente pelo desconhecimento, a hipnose está repleta e/ou impregnada de mitos e conceitos tortuosos. Neste artigo, minha intenção é trazer à luz a verdade por trás desses conceitos e mitos, para que a total compreensão elucide2 de vez este estigma3.

 

2. A hipnose é perigosa!

A hipnose não é perigosa!

Com um hipnoterapeuta devidamente qualificado e com experiência no uso da hipnose num contexto terapêutico, a hipnose clínica é uma terapia muito eficaz, absolutamente segura e não apresenta efeitos secundários.

Certifique-se sempre de que o profissional (hipnoterapeuta) está devidamente credenciado, e tem formação específica em Hipnose Clínica!

De forma oposta, um hipnotizador mal qualificado e/ou despreparado pode cometer alguns “deslizes” e atingir um objetivo diferente do proposto inicialmente.

Vale lembrar também que, assim como não se faz uma cirurgia cardíaca na rua, (antes, o médico socorrista presta os primeiros socorros enquanto encaminha o paciente para o hospital, onde este receberá os cuidados adequados), também não se faz hipnoterapia e/ou hipnose clínica na rua. É preciso um local adequado, preparado e equipado para um bom atendimento e prestação de serviço!

 

3. Posso ser hipnotizado contra a minha vontade?

Literalmente não!

A literatura e o cinema têm criado a ilusão de que o hipnotista tem poderes mágicos e misteriosos, ou ainda, sobrenaturais… tal poder é inexistente!

O hipnotista só pode induzir o estado de hipnose com o seu consentimento e colaboração. Você decide seguir (ou não) as sugestões e entrar no estado de profundo relaxamento mental e físico.

Se durante o processo desejar abrir os olhos ou falar, poderá fazê-lo tranquilamente!

 

4. Uma pessoa hipnotizada está dormindo ou inconsciente?

Errado!

A hipnose não é um estado de inconsciência, antes, é um estado de consciência alterada. A melhor definição de hipnose é simplesmente “atenção focada”.

Sempre que estiver tão focado, tão envolvido com algum objeto, assunto ou ideia, ao ponto de se abstrair do que está à sua volta, está num estado de transe hipnótico.

Este estado pode ser percebido e/ou sentido quando estamos envolvidos em tarefas do nosso cotidiano, como ler um livro, ouvir música ou assistir um filme.

 

5. Vou cacarejar como uma galinha?

Absolutamente não!

Este tipo de estereótipo4 foi criado a partir dos shows de Hipnose de Palco, (que por sinal, são excelentes em matéria de diversão e entretenimento). Hipnose de palco é puro entretenimento, efetuado por hipnotistas e não por terapeutas!

A Hipnoterapia é o uso da hipnose num contexto terapêutico. As sugestões dadas numa sessão de hipnoterapia, são específicas aos seus objetivos terapêuticos, são efetuadas sempre com o consentimento do sujeito5 e têm como foco principal o seu bem-estar.

Entretenimento é uma coisa… terapia é outra!

 

6. Vou revelar meus segredos?

Não, não e NÃO!!

Numa sessão de hipnoterapia o cliente quase não fala durante o processo hipnótico, e mesmo que seja necessário que fale, o hipnotizado só dirá aquilo que desejar. Em contrapartida, ele terá a oportunidade de lembrar-se de coisas há muito esquecidas, o que chamamos de hipermnésia6, mas só falará se achar seguro.

 

7. Só as pessoas crédulas, fracas e ingênuas é que são hipnotizáveis!

Errado! Somos (quase) todos hipnotizáveis7!

A partir do momento em que temos capacidade de nos concentrar durante um determinado período de tempo, somos hipnotizáveis! E para que haja concentração é necessário certo grau de inteligência. Depois que se iniciaram os estudos sobre a hipnose, foi verificado que quanto mais inteligente o sujeito, mais facilmente se entra em transe hipnótico.

O estado de hipnose é um estado natural do qual entramos e saímos diversas vezes durante o nosso dia! Quando lemos um livro, estudamos, sonhamos acordados, viajamos na maionese, estamos no mundo da Lua, estamos quase dormindo, etc.

Enfim, qualquer pessoa que saiba e/ou consiga seguir instruções simples, como “abra os olhos”, “feche os olhos”, “inspire pelo nariz”, “expire pela boca”, e etc., é passível de entrar em transe hipnótico satisfatoriamente.

 

8. Lembro-me de tudo o que aconteceu, acho que não deu certo, né?!

Deu certo sim!

Como já sabemos, a hipnose é um estado de atenção focada. Um estado de consciência alterada! Por isso, você está consciente durante toda a sessão hipnótica. Mas uma consciência diferente, alterada.

No fim da sessão, (além de um maravilhoso bem-estar), poderá ter uma sensação de que estava “sonhando”, e claro, que não irá lembrar-se de cada pormenor ou detalhe da sessão. Mas o mesmo acontece, por exemplo, ao ler este texto. Ao final da leitura, não vai lembrar-se de tudo, mas vai reter e registrar o mais importante e relevante.

 

9. E se eu ficar “preso” na hipnose e nunca mais sair de lá?

Isso seria pura e simplesmente impossível!

Imagine estar num estado muito profundo de relaxamento, com uma sensação de serenidade, liberdade e abstração de toda a sua rotina durante cerca de 30 minutos…

O que pode acontecer é você sentir-se tão bem, que não quer abrir os olhos no fim da sessão! O estado de hipnose não se sustêm por si só! Ou abre os olhos e “volta”, ou adormece!

Por exemplo: Alguma vez já aconteceu de você se sentir temeroso em dormir pensando que talvez não acorde no dia seguinte? Creio que não! E quando nos deitamos e vamos dormir, o processo interno de vigília (consciência) para o sono (inconsciência e/ou subconsciência) é alterado. E como qualquer alteração da consciência é hipnose, podemos afirmar que você está sendo hipnotizado (no caso, auto-hipnose)! E o mesmo acontece de manhã ao acordar, pelo processo inverso, a alteração se dá do sono à vigília. Logo, temos duas ocasiões diárias em que passamos por um processo hipnótico e “voltamos”! (risos).

Outro exemplo: Quem de nós consegue tomar banho de forma consciente? Praticamente ninguém! Ao tomarmos nosso belo banho, estamos pensando em qualquer outra coisa. Podemos pensar na conta que atrasou, no filho que não avisou que ia chegar tarde, numa prova da escola/faculdade e etc. Mas dificilmente estaremos conscientes do que estamos ali fazendo (naquele exato momento). Agimos de forma “automática”.

Algumas pessoas podem se questionar: “mas o que é tomar banho de forma consciente?”. Simples, seria algo mais ou menos assim:

 

Vou tomar um banho!

Pego a toalha, minha boxer, calço o chinelo, me dirijo até o banheiro, abro a porta para o lado direito, viro-me para a esquerda e fecho a porta novamente para a direita. Penduro a toalha e a boxer no suporte da parede à direita, dispo-me, e penduro minha roupa no suporte, do lado esquerdo da toalha. Viro-me para a direita e levo a mão direita até o registro. Abro o chuveiro girando o registro à esquerda, regulo a temperatura com mais alguns giros para a esquerda e direita até a temperatura que considero ideal, e entro debaixo d’água, primeiro com o pé direito, em seguida a perna direita, tronco e cabeça.

Com a mão direita alcanço a bucha e o sabonete. Esfrego o sabonete com a mão direita sobre a bucha, que estou segurando já com a mão esquerda. Devolvo o sabonete à saboneteira e começo a me esfregar. Primeiro a mão e o braço esquerdo, subindo para o ombro, nuca e pescoço, troco a bucha de mão e esfrego agora a mão e o braço direito, passando em seguida para o ombro e novamente a nuca e o pescoço, etc.

E assim sucessivamente, até voltar ao seu quarto ou outro cômodo.

 

Percebeu a diferença entre tomar um simples banho, e tomar um “banho consciente”? No banho consciente estamos “concentrados” em cada ato, movimento e ação que executamos. Aqueles que ainda assim tiverem algum tipo de dúvida, faça o teste. Garanto que você vai demorar no mínimo 5 minutos a mais no banho, (e isso se não ficar de “saco cheio” ou cair no piloto automático!8). Durante o nosso banho estamos em transe, estamos hipnotizados! (risos)

Logo, é absolutamente impossível alguém não sair de um transe e/ou estado hipnótico!

 

MONTAGEM: Comparações entre interpretações infundadas sobre a prática da hipnose
Imagem: Jorge Nahabedian

 

10. O hipnotizador tem total controle sobre mim?

Não!

A hipnose é um estado de consciência, você tem memória da sessão, e tem controle acerca do que pensa, diz e ouve. Se não concordar com o hipnotizador, abra os olhos e interrompa a sessão.

Toda hipnose é uma auto-hipnose!

Desde o início da sessão você escolhe (ou não) aceitar as sugestões do hipnotizador para permitir a entrada no estado de hipnose. É você quem tem o controle da sua mente (sempre)!

 

11. Hipnose e o mito do controle mental

A palavra hipnotismo9 foi criada por James Braid no Século XVIII. A raiz da palavra tem origem no grego, Hypnos, deus do sono. Portanto, inicialmente, a hipnose era considerada semelhante ao sono. Mesmo na antiga Grécia e início da era cristã, usava-se o termo “sono de incubação”, para definir os possíveis estados de transe onde eram operadas diferentes curas. Durante séculos, a hipnose foi associada às curas, porém com outros nomes. Logo depois de criar o termo hipnotismo, Braid arrependeu-se, pois descobriu que este é um estado muito diferente do dormir. (Tentou alterar o nome para Monoideísmo, [no sentido de “ideia numa única coisa”] mas o termo hipnotismo já havia sido vulgarizado e permaneceu nos usos científico e popular). Antes sim, um fenômeno da mente alcançado pela sugestão. Por isso ficou conhecida como um estado em que o hipnotizador está no controle da situação, e o hipnotizado sob o controle dele.

Estando a hipnose associada ao controle, isso dá ao hipnotizador um poder que muitas vezes vai além dos princípios morais. Alguém que pode dominar, e entrar na mente das pessoas. Esse conceito nasceu da forma considerada clássica de ver a hipnose, onde o hipnotizador se coloca como “superior”, acima do hipnotizado. Esta postura era considerada correta nos Séculos XVIII e XIX e mesmo no início do Século XX. Com o desenvolvimento da hipnose moderna pelo Dr. Milton H. Erickson (★ 05/12/1901 — † 25/03/1980), esse conceito ganhou uma nova roupagem. Erickson desenvolveu uma forma mais “elegante” de fazer hipnose, uma psicoterapia sob medida para cada paciente. Levando em consideração sua realidade individual (Mapa de Mundo). Buscando através de uma comunicação eficiente, novas aprendizagens e a consequente mudança, da qual o próprio paciente faz parte.

Inversamente ao que se acreditava no passado, sob a luz de modernos conceitos de hipnose e transe, podemos concluir que não há talvez, um momento em que o indivíduo10 tenha mais controle de si mesmo do que em estados de transe e hipnose. O transe é um estado em que a atividade psíquica recebe um direcionamento específico e intensificado. Portanto, é um momento em que o paciente está com seus cinco sentidos11 mais aguçados, tanto que pode desenvolver os fenômenos da hipnose. Pela intensificação dos seus sentidos é que podemos dizer que o sujeito tem um controle maior sobre si mesmo. Tem a possibilidade, de tanto com a comunicação do hipnotizador como a própria comunicação articular novas formas de pensar e sentir, levando-se à novas aprendizagens e mudanças almejadas. A hipnose é, talvez, o caminho mais curto para tornar-se dono de si mesmo.

Odair J. Comin
Psicólogo e Especialista em Hipnose

 

12. Tenho que estar totalmente relaxado para entrar em hipnose?

Hipnose não é relaxamento!
Mas uma mente e um corpo relaxados podem estar em transe hipnótico.

Relaxamento pode ser definido como uma diminuição significativa de atividade, seja ela de origem orgânica ou psíquica.

Num contexto terapêutico é habitual induzir-se a hipnose por relaxamento, porque é mais agradável e confortável para o cliente. No entanto, existem variados métodos de indução à hipnose que não têm por base o relaxamento.

O nível de relaxamento atingido não é indicativo da eficácia do transe hipnótico.

 

13. É uma cura mágica para todos os males?

Errado!

A Hipnose Clínica não é uma panaceia12. E não existe nada de mágico, místico ou sobrenatural na hipnose!

Como qualquer outra terapia, o cliente tem um papel ativo e importante no processo de mudança.

Se o cliente assumir a sua responsabilidade neste processo, e tiver uma genuína vontade de mudar, a hipnose pode provar ser uma ferramenta poderosa quando aplicada à terapia, e ajudar na obtenção de resultados duradouros e muito satisfatórios.

 

14. A hipnose realiza “milagres”?

O que na hipnose pode parecer milagre, nada mais é do que o acesso a novas respostas interiores, em função da junção entre a motivação do hipnotizado e a abertura às riquezas de cada um em seu não consciente.

Nossa mente não consciente é dotada de inúmeros recursos ainda não (ou pouco) explorados, que vêm à tona de forma mais fácil e objetiva ao se utilizar a hipnose.

Caso alguém queira imputar a qualidade de milagre à hipnose, que o faça ao hipnotizado, pois foi ele, (e não a hipnose), quem conseguiu alcançar tal resultado. A hipnose apenas lhe possibilita a “passagem” para isso.

 

15. A hipnose debilita a mente?

Se o termo “debilitar a mente” significa enfraquecer pelo seu uso, este preconceito não é verdadeiro.

Na hipnose, assim como no transe, há uma intensificação do raciocínio, levando o sujeito a produzir novas ligações entre fatos objetivos e/ou subjetivos. Neste sentido, transe e hipnose fortalecem a mente e seu funcionamento.

 

16. Pode-se tornar dependente da hipnose?

Não existe qualquer tipo de dependência na hipnose.

O máximo que pode acontecer é o sujeito gostar tanto do bem-estar que o transe hipnótico proporciona, que quererá utilizar cada vez mais a hipnose, (o que é totalmente seguro e aceitável).

Eu mesmo utilizo a hipnose diversas vezes durante o dia, e estou neste exato momento, (enquanto pesquiso, estudo e escrevo este artigo), em transe hipnótico.

Costumo dizer que tudo o que se faz em hipnose, faz-se também sem ela. A diferença é simplesmente o tempo, (que com a hipnose é largamente abreviado), a qualidade e facilidade que o transe hipnótico proporciona à obtenção do objetivo proposto.

 

17. Hipnose é amnésia?

Um preconceito muito comum ao sujeito leigo é acreditar que ao final de toda hipnose há sempre uma amnésia13 do conteúdo transmitido. Esta premissa não é verdadeira, pois a amnésia espontânea pode ou não ocorrer durante o processo.

Existem várias técnicas causadoras de amnésia induzida, como a comunicação direta, indireta, implícita (percebida ou não), confusão, amnésia estruturada e outras.

 

18. Hipnose é terapia!

A hipnose em si não é uma terapia.

Embora a hipnose tenha a facilidade de trazer alívio e paz, (o que já serve para curar uma série de angústias e ansiedades), ela é apenas uma ferramenta utilizada no processo terapêutico. A hipnose em si não é uma terapia e sim um instrumento, uma ferramenta para facilitar o alcance ou obtenção do resultado desejado; para se atingir este estado existem inúmeras técnicas, que vai do transe lento ao instantâneo.

 

GIF: Indução Instantânea
Gif: Exemplo de indução instantânea

 

19. Hipnose é “sugestão”?

Hipnose não é sugestão.

Sugestão vem do latim “sugerere” que significa informar, comunicar. Sugestão não é hipnose devido ao fato de que a sugestão é somente um meio, um caminho pelo qual o hipnotizador comunica ao hipnotizado aquilo que ele deve (ou não) realizar para a obtenção do objetivo proposto no início da sessão.

 

20. Hipnose é “programação mental”?

Se o termo “programação mental” se refere a uma alteração da forma de pensar do indivíduo, esta premissa é verdadeira.

A hipnose e o transe podem ser uma forma de “programação mental”, no sentido de alteração da forma como o indivíduo raciocina a sua realidade individual; dependendo do conteúdo transmitido e comunicado, consequentemente, alterando o sentimento (sendo neste caso, resultado do impacto do pensamento sobre o corpo). Esta alteração da articulação da realidade de cada pessoa pode ser feita de forma terapêutica ou não.

 

21. Hipnose e regressão

Pode ocorrer a regressão14 quando a pessoa entra em estado hipnótico, mas apenas em alguns casos. Quando o hipnotizado é uma pessoa muito ligada, pensativa, racional e controlada, a regressão é muito difícil de ocorrer, já que essas pessoas dificilmente entram em um transe de médio a profundo, o que é necessário para a regressão.

Em determinados casos, o hipnoterapeuta pode se valer da regressão para ressignificar15 determinado sintoma ou queixa, por exemplo.

 

22. Há risco de ocorrer abuso sexual por parte do hipnotizador?

Única e exclusivamente pelo fato de entrar/estar em estado hipnótico NÃO!

A hipnose (como qualquer outro instrumento e recurso terapêutico) pode ser bem ou mal utilizada, vindo daí a definição de ética como fazer algo em direção ao bem-estar do outro. O risco de abuso sexual (ou qualquer outro) existe na medida de o “profissional” não exercer a profissão de forma ética.

 

23. E se o hipnotizador morrer durante o transe?

Ao deixar de ouvir a voz do hipnotizador o cliente interrompe o transe induzido ou pode até continuar um pouco, mas desperta em seguida. O transe pode se transformar em sono e, se assim for, o cliente acordará normalmente depois de haver descansado um pouco.

No cinema, há um filme (Como enlouquecer seu chefe) que mostra algo desse tipo, mas devemos nos lembrar de que justamente por ser um filme, é fato que se trata de uma ficção.

 


Caçadores de Mitos, programa apresentado no Discovery Chanel realizando experiência no intuito de desvendar se a hipnose é mito ou verdade. Vale a pensa assistir!

 

Fonte: Pesquisas no Google em 04/04/2012.

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24. Conclusão

Para finalizar, deixo abaixo um vídeo do grupo Hipnoterapia Social, onde falo sobre auto-hipnose e elimino dúvidas e mitos sobre a hipnose.


Auto-Hipnose e Mitos da Hipnose com Samej Spenser | YouTube

 

E você, tem alguma outra dúvida? Conhece algum outro mito/conceito que não esteja inserido aqui? Diga-me nos comentários logo abaixo.

 

25. Notas

1 Creio apenas que estes, os hipnotizadores de palco, (Hipnotizadores de Palco são aqueles profissionais que se apresentam em clubes e teatros para divertir e/ou entreter o público com brincadeiras e/ou encenações), enxergaram uma (bela) oportunidade de obter lucro com as ficções literárias e cinematográficas, agindo ou se comportando da maneira como estes descreviam um processo hipnótico.

No passado, muitos hipnotizadores agiam de tal forma também por desconhecimento do processo, que foi largamente estudado e ampliado na atualidade. E não fossem esses hipnotizadores de palco, é bem capaz que esta maravilhosa ferramenta chamada hipnose tivesse passado ao ostracismo.

2 ELUCIDAR: v.tr. 1. Tornar compreensível, claro (o que estava obscuro, ou misterioso); Esclarecer; 2. Fazer (alguém) conhecer ou saber; 3. Adquirir informação, conhecimento (a respeito de algo). [F.: Do lat. elucidare].

3 ESTIGMA: 1. Fig. Visão negativa e muito arraigada, numa sociedade, a respeito de determinada prática, comportamento, doença etc. 2. Fig. Qualquer marca ou característica considerada negativa, desonrosa. 3. Marca deixada por ferida, doença etc. [F.: Do gr. stígma, pelo lat. stigma. Hom./Par.: estigma (fl. estigmar)].

4 ESTEREÓTIPO: sm. 1. Visão ou compreensão (de algo ou alguém) muito generalizada, formada somente na comparação com padrões fixos e preconcebidos, sem nuanças, sem distinção de caraterísticas próprias, mais sutis. 2. Esse padrão, formado a partir de uma imagem alimentada mais por conceitos fixos e preconcebidos do que pela própria realidade. [F.: estereo - + -tipo, ou do fr. stéréotype].

5 Aqui, a palavra sujeito refere-se ao “hipnotizado”, ou “sujeito hipnótico”.

6 HIPERMNÉSIA: sf. Med. Memória extraordinária congênita, ou por excitação patológica. [F. gr. Hyper (acima de) + Mnesis (lembrança)].

7 Particularmente, gosto de afirmar que todas as pessoas são hipnotizáveis! Algumas mais rápido e facilmente que outras; em determinado momento ou outro; por um profissional ou outro; com determinada técnica ou outra, e assim sucessivamente. Isso porque a hipnose é um estado natural e normal do (e no) ser humano. Logo, não será nenhum dom, poder, espírito, magia, milagre (ou o nome que se queira dar), que fará com que uma pessoa entre em transe hipnótico. Agora, caso ela (a pessoa à ser hipnotizada) aceite e/ou siga as sugestões do hipnotizador, alcançará um transe hipnótico altamente eficaz e benéfico.

8 Ou seja, em hipnose!

9 James Braid cunhou o termo hipnotismo, e não hipnose, como costuma-se ouvir por aí. O termo “hipnose” surgiu anos depois, — como um “subproduto” de “hipnotismo” —, após a morte de Braid, inclusive.

10 INDIVÍDUO: 4. O homem considerado em sua coletividade, comunidade, de modo isolado. 6. Homem, sujeito; pessoa.

11 Audição, visão, tato, olfato e paladar (ou gustação).

12 PANACEIA: 1. Pretenso remédio que teria o poder de curar todos os males. 2. Fig. Recurso ou medida supostamente capaz de resolver dificuldades.

13 AMNÉSIA: sf. 1. Med. Perda total ou parcial da memória. [F.: Do fr. amnésie, do gr. amnesía].

14 Neste caso, em se tratando de hipnose e regressão, é a crença particular do sujeito, (hipnotizado) quem vai ditar as “regras”. Se o mesmo crê em vidas passadas, pode “interpretar” e relatar alguma vivência anterior. Se o cliente não crê em vidas passadas, a “interpretação” e/ou relato geralmente será uma lembrança da vida atual. Há ainda aqueles que creem em “memória genética ou ancestral”, a qual é passada de geração em geração através dos genes. Mas independente de qual seja a crença do cliente, o resultado será sempre o mesmo.

Já a crença do hipnotizador e/ou hipnoterapeuta em nada influi no processo.

15 RESSIGNIFICAR: (re- + significar) v.tr. Psi. Dar outro ou novo significado a (ex.: ressignificar uma experiência).

 


Atualizado em 2016/02/02