27 julho 2011

A Comunicação e Sua Importância

Já há algum tempo, venho prestando maior atenção à forma como me comunico e como as pessoas se comunicam comigo. É interessante notar o resultado dessa comunicação e suas implicações, (feedback). Preparei um longo texto sobre o assunto, que de forma alguma será conclusivo. Antes, pretendo que seja elucidativo e corrobore com o aprendizado e a melhora na interação com os nossos sujeitos hipnóticos e clientes.

Comunicação

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De início, vejamos o que o dicionário nos diz:

CO.MU.NI.CA.ÇÃO: sf. 1. Ato ou efeito de comunicar(-se). 2. Processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas convencionados. 3. A mensagem recebida por esses meios. 4. A capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre pessoas. [Pl.: –ções.].

 

Em seguida, vejamos o conteúdo da Wikipédia:

A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa face a face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de telecomunicações, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional.
No processo de comunicação em que está envolvido algum tipo de aparato técnico que intermedia os locutores, diz-se que há uma comunicação.
O estudo da Comunicação é amplo e sua aplicação é ainda maior. Para a Semiótica, o ato de comunicar é a materialização do pensamento/sentimento em signos conhecidos pelas partes envolvidas. Estes símbolos são então transmitidos e reinterpretados pelo receptor. Hoje, é interessante pensar também em novos processos de comunicação, que englobam as redes colaborativas e os sistemas híbridos, que combinam comunicação de massa e comunicação pessoal e comunicação horizontal.

 

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração”.
— Nelson Mandela

 

É comum nos dias de hoje falarmos e nos comunicarmos sem que as pessoas prestem a devida atenção à mensagem que pretendemos passar. Para exemplificar, (de modo satírico e cômico), deixo três vídeos produzidos por Claudio Thebas, da série “Fala que eu não te escuto”:

 


Fala que eu não te escuto | Episódio 01: Sequestros, assaltos e algumas maldades gratuitas

 


Fala que eu não te escuto | Episódio 02: Mais assaltos, mais sequestros e mais maldades gratuitas

 


Fala que eu não te escuto | Episódio 03: Sorria, você está sendo manipulado

 

Depois de assistir e analisar (e rirmos) estes vídeos, temos uma ideia maior sobre a forma (e importância) que a comunicação representa em nossas vidas.

“Você se comunica corretamente? Alcança seus objetivos ao se comunicar? De que forma você se comunica?”.

Partindo deste princípio, chegamos à conclusão de que o processo de comunicação se dá em vários níveis diferentes, com resultados também diferentes.
Alguns pressupostos da PNL, (Programação NeuroLinguística), dizem o seguinte:

  • “O significado da comunicação não é simplesmente aquilo que você pretende, mas também a resposta que obtém.”

Essa resposta pode ser diferente da resposta que você queria, mas não há falhas de comunicação, apenas respostas e feedback. Se não estiver obtendo o resultado que deseja, mude o que está fazendo. Assuma a responsabilidade pela comunicação.
Nem sempre a intenção da sua comunicação é aquilo que é entendido pela outra pessoa. Não importa qual é a sua intenção, o que importa são os resultados que você gera com suas palavras, tom de voz e linguagem corporal. Sendo flexível, você pode mudar a maneira como está se comunicando até alcançar o seu resultado desejado.

  • “Você não pode NÃO se comunicar.”

 

Comunicação Não-Verbal

Imagem: Google Imagens

 

Você está em uma festa de casamento; com um simples olhar, você pode identificar quem está irritado e sem participar, daquele que está se divertindo.

Se você tentar uma chave numa porta e ela não servir, vai continuar tentando a mesma chave várias vezes? Ou você seria mais flexível e experimentaria outras chaves até encontrar aquela que serve?

 

A importância de uma boa comunicação

— Papai, o que é um monólogo?
— Ora, meu filho, é um diálogo entre marido e mulher.
— Mas papai, o meu professor explicou que isso é um diálogo!
— É porque com certeza o seu professor não é casado — encerrou o pai a conversa.

 

Tanto em família quanto nos negócios, não dar importância à comunicação significa perda de oportunidades de bom relacionamento. Em se tratando de clientes é pior, porque se perde dinheiro. Quantas vezes uma empresa deixou de captar ou manter clientes por causa da falta da manutenção constante de uma comunicação dirigida por intermédio de algum veículo?

Da mesma forma os amigos. Quem não se comunica fica de fora da roda. Se você comparece a uma reunião, é bem-vindo. Se não comparece, ninguém corre atrás. Já no casamento a falta de comunicação adequada traz frustração, medo, infelicidade, ressentimento, rebelião, podendo chegar ao divórcio.

A nossa percepção do mundo externo nem sempre se coaduna com a nossa percepção interior. É nessa ocasião em que a comunicação fica truncada: a incapacidade de perceber o outro, com todos os seus defeitos e suas virtudes. No rompimento familiar tudo começou quando houve um ruído na comunicação e esta falhou. Não há comunicação quando os interesses dos interlocutores não satisfazem as necessidades recíprocas.

O caminho para uma boa comunicação é nós tentarmos ao máximo sermos nós mesmos, sem ficar atrás de um biombo, isto é, quando não partilhamos os nossos sentimentos, pensamentos, desejos e tudo o que é importante para nós. Quando isso é partilhado, já é meio caminho para a outra parte se interessar por você. Mas cuidado com quem você partilha: a sua intimidade pode ser usada contra você!

A comunicação não se dá apenas pelo que falamos. Comunicamo-nos pelas atitudes e o silêncio. O nosso corpo fala por intermédio dos gestos. Comunicamo-nos também por aquilo que não dizemos em alguma palavra oculta. Veja este diálogo:

— Não consigo manter uma conversa com o meu marido.
— Por quê?
— Ele fica o tempo todo em silêncio. Eu falo, falo, falo e ele não dá um “ai”.
— Mas você já analisou porque o seu marido guarda silêncio? Será que você não está usando o que ele diz contra ele?

 

Agora o diálogo do marido silencioso com um amigo:

— Quando ela começa falar fica histórica.
— Histérica, você quer dizer.
— Não, histórica mesmo. Ela traz à tona tudo o que jamais disse ou fiz.

 

A criança compreende (o cachorro também) muito melhor pelo tom de voz do que pelas palavras. A percepção é pela maneira e não pelo que está sendo dito. Com certeza a maioria dos conflitos de relação, seja de amizade, negócios ou no lar, é devido ao tom de voz. Por exemplo, no caso de uma relação conjugal, a comunicação não verbal positiva pode ser sentida por uma carícia, um afago, um toque terno, um abraço, um olhar amoroso, um presentinho bem escolhido fora de hora, que podem ser substituídos pela expressão verbal “Eu te amo”, na maioria das vezes omitidas pelos homens — o que é natural — mas a mulher sempre gosta de ouvir. Um amigo torna-se chegado quando procura e é procurado. E um cliente é mantido quando é lembrado de alguma forma.

Comunicação não é apenas saber falar, mas saber ouvir. Se ouvimos mal, a resposta não deverá ser adequada. Haverá ruído na comunicação. Saber ouvir é uma das virtudes importantes de quem deseja sucesso em todos os setores. É saber traduzir através das palavras bem ditas, mal ditas ou aquelas que não foram ditas. Veja esse diálogo entre a esposa e o marido:

— Hoje o meu dia foi extremamente cansativo, com muitos aborrecimentos. Mas o que você vai querer para o jantar?
— Que tal jantarmos no Albano’s?

 

Percebeu? O marido traduziu a mensagem oculta. Ela, cansada, não estava a fim de ir para cozinha ou até mesmo comandar um jantar, seja fazendo um pedido fora, seja por intermédio da empregada e muito menos ela mesmo preparando. Ela queria mesmo era sair, ver gente, conversar com o marido fora do ambiente familiar.
Uma dica: a percepção do outro é uma arte apreendida diariamente com as nossas próprias necessidades.

 

Como comunicar de forma eficaz?

Agora, vejamos como nos comunicarmos efetivamente:

  • Dar informações claras e checar se quem as recebeu compreendeu aquilo que você quis dizer.
    Peça para que a pessoa diga, com suas próprias palavras, o que compreendeu do que você disse. Faça o mesmo quando for você a pessoa que recebeu a mensagem. Diga com as suas palavras o que entendeu do que ouviu. Uma das maiores causas de mal-entendidos é o ruído na comunicação.

  • Preparar-se para dizer aquilo que você quer comunicar.
    Isso fará com que fique mais seguro e permitirá encontrar a melhor forma de organizar seu pensamento, a fim de atingir o objetivo da sua comunicação.

  • Ser natural e espontâneo.
    Preparar o que dizer não significa deixar de ser espontâneo. Você precisa ter em mente os principais aspectos da sua comunicação, mas não precisa agir como se estivesse seguindo um roteiro de cinema.

  • Prestar atenção à linguagem não verbal do seu interlocutor enquanto fala.
    O corpo e a expressão facial não mentem e expressam o que está se passando dentro da pessoa.

  • Falar com simplicidade e objetividade.

  • Procurar se colocar no lugar do outro.
    Ao fazer isso você amplia a sua percepção sobre o assunto em questão.

  • Observar as reações à sua comunicação.
    O feedback recebido é uma excelente maneira de saber se está sendo efetivo, ou não.

  • Saber que a única maneira de fazer com que alguém faça o que você quer é despertando na outra pessoa o desejo de fazê-lo.
    Mostre apreciação pelas pessoas, valorize suas qualidades e dê a cada um com quem estiver em contato o mesmo tratamento que gostaria que tivessem com você se estivesse naquele lugar.

 

“O primeiro passo indispensável para conseguir as coisas que você quer é este: decida o que você quer”.
— Ben Stein

 

As barreiras da comunicação

Algumas barreiras podem influenciar a comunicação. Algumas são barreiras do emissor (falta de clareza nas ideias, comunicação múltipla, problemas de codificação, bloqueio emocional, timidez, suposição acerca do receptor, qualidade e clareza do orador, etc.) e do receptor (desinteresse, avaliação prematura, preocupação com a resposta, experiências anteriores, preconceitos e estereótipos, comportamento defensivo, atribuição de intenções, ouvir intelectualmente, estado emocional, deformação inconsciente da informação — ignorância seletiva, esquecimento seletivo, escolha das fontes de informação, deformação, registro/memorização).

A melhora da integração e da comunicação entre as pessoas da mesma área e entre áreas diferentes faz com que as pessoas se sintam mais à vontade para expor suas dúvidas e suas inseguranças, sugerir mudanças e inovações.

As barreiras às comunicações podem influenciar a qualidade do processo decisório. A eficiência também está relacionada à qualidade, a rapidez e a forma como as decisões são tomadas nos diferentes níveis hierárquicos. A comunicação das decisões é ponto fundamental para a eficiência dos processos. As informações devem ser necessárias e suficientes para que cada pessoa possa exercer o seu papel de forma segura e contribua para o alcance de objetivos estratégicos.

 

Níveis da comunicação

Segundo uma pesquisa realizada pelo Dr. Albert Mehrabian, (Mehrabian e Ferris, 1967), fez uma estimativa, (Regra Mehrabian ou Regra 7-38-55), da proporção verbal/não verbal do comportamento e concluiu que 55% da mensagem é transmitida via linguagem corporal. Ainda segundo o mesmo estudo, a voz é responsável por 38% e as palavras apenas por 7%. A linguagem não verbal é constituída pelos outros elementos envolvidos na comunicação, a saber: gestos, tom de voz, postura corporal, etc.

  • Comunicação Verbal

A comunicação verbal é a linguagem realizada com sinais verbais. Ela divide-se em dois tipos: sonora (língua falada) e visual (língua escrita).

É a linguagem que usa a língua-mãe (seja ela qual for — português, inglês, italiano…).
Comunicação verbal escrita é a linguagem que usamos quando queremos escrever alguma coisa. Quando realizamos uma redação, estamos utilizando a linguagem escrita.
A linguagem verbal está presente em todos os lugares que vamos, quando conversamos com outra pessoa ao vivo usamos a comunicação verbal, quando falamos pela internet, ou seja, escrevendo, também utilizamos este tipo de comunicação. Outros contextos em que esta aparece são, por exemplo, em jornais, revistas, livros, filmes, legendas dos próprios filmes, e tudo mais que utiliza a fala ou a escrita.

  • A arte de Escutar e o Tom de voz

Habilidade de Ouvir
Quando ouvimos atentamente uma pessoa, estamos na verdade ouvindo duas partes distintas de sua mensagem:

  • Em primeiro lugar, estamos prestando atenção nas palavras, isto é, no conteúdo da mensagem.
  • Em segundo lugar, estamos prestando atenção no sentindo por trás das palavras; o tom de voz e a linguagem corporal. Em outras palavras, estamos ouvindo também o significado da mensagem.

Ouvir corretamente é:

  • Permanecer em alerta;
  • Possibilitar uma boa recepção da informação;
  • Decodificar a informação de maneira a extrair dela o real significado.

Níveis de Atenção
Nossa capacidade de ouvir varia durante o dia todo, dependendo da situação, de quem fala e de nossos hábitos. De acordo com o grau de boa vontade que colocamos em uma situação particular, nossa habilidade de ouvir se enquadrará em três níveis gerais de atenção:

Ouvir Passivamente
Este é o menor nível da habilidade de ouvir. Neste nível, nossa atenção está voltada principalmente para nós mesmos e não para a outra pessoa. Não prestamos atenção nas palavras nem no significado da mensagem. Em vez disso estamos:

— Dando vaga atenção à conversa:
Ex.: “Hein? O que você quer que eu faça?”.

— Interrompendo — ouvindo só o suficiente para termos chance de falar:
Ex.: (interrompendo) “Aconteceu a mesma coisa comigo…”.

— Fingindo rara atenção — pensando em outra coisa enquanto ouvimos:
Ex.: “Falou alguma coisa?”.

Ouvir passivamente tende a deixar as pessoas com raiva porque elas percebem que não estão sendo ouvidas.

  • Ouvir Superficialmente
    Neste nível, ouvimos as palavras, mas não entendemos o seu sentido mais profundo. Com esse tipo de atitude não participamos da comunicação, pois não estamos captando a mensagem toda. Estamos:

— Ouvindo apenas palavras;
— Não nos envolvendo com sentimentos;
— Não interagindo com o outro.
— Pessoa com tom de voz demonstrando dúvida:
Ex.: “Bem, acho que esta é uma forma de resolver o problema”.

— Ouvinte respondendo:
Ex.: “Que bom que você concorda”.

Ouvir superficialmente é frustrante para as outras pessoas, já que seus sentimentos não estão sendo reconhecidos.

  • Ouvir Atentamente
    É o nível mais alto desta habilidade — significa estar totalmente envolvido no processo de comunicação. Neste nível, tentamos nos colocar no lugar do outro — tentando ver as coisas sob o ponto de vista dele. Recebemos a mensagem completa tanto em palavras como em sentimentos. Nesta modalidade, estamos:

— Captando ideias principais — ouvindo os pontos enquanto o outro fala.
— Reconhecendo e respondendo — estimulando o outro acenando com a cabeça e fazendo pequenas observações, tais como “continue” ou “e depois, o que aconteceu?”.
— Resumindo e repetindo o que o outro falou — tentando captar a mensagem usando outras palavras. “Quer dizer que você estava se sentindo…”.
— Colocando-nos no lugar do outro — tentando nos imaginar em uma situação parecida.
— Participando totalmente da comunicação — linguagem corporal, bem como sentimentos e conteúdo — ouvindo o tom de voz, observando as expressões faciais.
— Pessoa com um tom de voz demonstrando dúvida:
Ex.: “Bem, acho que esta é uma forma de resolver o problema”. — Ouvinte respondendo:
Ex.: “Parece que você tem outras soluções”.

Quando ouvimos atentamente, não tentamos avaliar a outras pessoa, mas sim elevar nosso pensamento e sentimentos para dar toda atenção a ela.

 

Por que escutar é difícil

Ouvir atentamente ou escutar é privilégio de pouquíssimas pessoas. Veja quais são os fatores que enfraquecem a capacidade de escutar:

  • Hábitos
    Consciente ou inconscientemente, estamos acostumados a interromper os outros, a tirar conclusões apressadas, a distrair o interlocutor, agindo dispersivamente.

  • Filtros
    Crenças, experiências, costumes, expectativas, pressupostos, preconceitos e cultura, são filtros pelos quais peneiramos tudo aquilo que ouvimos. O significado das coisas não está nelas, mas em nós.

  • Ambiente Físico
    Ruídos, desconforto físico, distrações visuais, fadiga ou falta de privacidade, influenciam negativamente a capacidade de escutar.

  • Competição
    Ao querermos dominar uma conversação, gastamos mais tempo pensando no que iremos dizer do que escutar o que os outros têm a dizer.

  • Timidez
    A pessoa tímida ou dependente, preocupa-se mais com o que os outros podem vir a pensar delas do que o que eles estão realmente dizendo ou querendo dizer.

  • Más Notícias
    Quando nos dizem coisas que não queremos ouvir, nós nos desligamos da conversa.

  • Prepotência
    A falta de humildade e a crença de que somos superiores, nos impedem de dar valor ao que os outros têm a nos comunicar.

  • Velocidade de Assimilação
    Uma pessoa normal pronuncia entre 100 e 150 palavras por minuto, enquanto que outra pessoa normal consegue assimilar entre 250 e 500 palavras por minuto. Assim, é fácil esta última se distrair com outras coisas capazes de preencher os espaços deixados na sua mente pela fala da primeira.

 

Como escutar bem

Escutar corretamente envolve:

  • Escutar Seletivamente
    Significa pinçar dos dados recebidos, unicamente aqueles que podem se transformar em informações relevantes para o que está sendo discutido.

  • Escutar Responsivamente
    Consiste em mostrar ao interlocutor, com palavras e gestos que você está prestando atenção e entendendo o que ele está dizendo.

  • Escutar Empaticamente
    Significa fazer com que o interlocutor entenda que o seu ponto de vista está levado em conta.

 

Atitudes para Escutar Bem

  • Pare de falar
    Você não poderá ouvir enquanto está falando.

  • Coloque-se no lugar da outra pessoa
    Procure colocar-se no lugar do outro para poder sentir onde ele está procurando chegar.

  • Pergunte Quando você não entender, quando necessitar de esclarecimentos adicionais ou quando desejar mostrar que está escutando. “Melhor vermelho meia hora, que amarelo a vida inteira”. — Benjamim Bitterman.

  • Não seja apressado
    Não interrompa a pessoa; dê-lhe tempo para dizer aquilo que tem a dizer.

  • Concentre-se no que ele está falando
    Focalize sua máxima atenção nas palavras do outro, bem como em suas impressões sobre o assunto.

  • Olhe para a outra pessoa
    Para o seu rosto, sua boca, seus olhos, suas mãos, bem como em suas impressões sobre o assunto.

  • Sorria e resmungue adequadamente
    Mas não se exceda.

  • Deixe suas emoções para trás
    Procure deixar seus problemas, aborrecimentos e lágrimas fora da sala de reuniões (se puder). Eles podem lhe impedir de ouvir bem.

  • Controle sua ira
    Procure não zangar-se com o que ele está dizendo, sua cólera poderá lhe impedir de entender suas palavras ou o que elas significam.

  • Não se distraia
    Guarde qualquer papel, lápis, etc., que você tenha em mãos, eles podem distrair sua atenção.

  • Concentre-se nos pontos principais
    Concentre-se nas ideias principais e não no material ilustrativo, examine-as somente para verificar se elas provam, apoiam ou definem as ideias principais.

  • Participe da responsabilidade pela comunicação
    Somente uma fração dessa responsabilidade pertence ao orador, você é o ouvinte, e como tal, tem uma parte importante. Procure entender, se não puder peça esclarecimentos.

  • Reaja às ideias e não à pessoa
    Não permita que suas reações contra a pessoa influenciem no julgamento do que ela diz. Suas ideias podem ser boas, mesmo se você não aprecia como pessoa, ou a maneira como ela se conduz.

  • Não argumente mentalmente
    Quando você está procurando entender a outra pessoa é uma desvantagem argumentar com ela mentalmente, à medida que ela vai falando. Isto estabelecerá uma barreira entre você e o orador.

  • Use a diferença na proporção
    Você pode ouvir mais rápido do que ele falar, portanto use esta vantagem para permanecer no rumo certo, antecipar o que ele vai dizer, pensar naquilo que ele já lhe disse e avaliar o seu desenvolvimento.

  • Escute aquilo que não foi dito
    Através do que uma pessoa está falando, pode-se aprender muito, determinando-se o que a pessoa deixou de dizer ou evitou dizer durante sua palestra.

  • Ouça como algo é dito
    Frequentemente concentramo-nos tão atentamente naquilo que é dito que nos esquecemos da importância das reações emocionais e atitudes relacionadas com o que foi dito. As atitudes e reações emocionais do orador podem ser mais importantes do que aquilo que esta sendo dito em tantas palavras.

  • Não antagonize o orador
    Você pode fazer com que a outra pessoa esconda as suas ideias, emoções e atitudes. Procure julgar e esteja certo da influência que está exercendo sobre a outra pessoa. Adapte-se a ela.

  • Conheça a sua personalidade
    Uma das melhores maneiras de obterem-se informações sobre uma pessoa é escutá-la; à medida que ela fala você pode descobrir do que ela gosta e do que não gosta, quais as suas motivações, qual o seu sistema de reconhecimento de valores, o que pensa sobre tudo e sobre nada, o que a faz vibrar.

  • Evite conjeturar
    Conjeturas poderão prejudicar sua compreensão da outra pessoa. Não espere que ela utilize as mesmas palavras que você usaria, não pense que ela não expressou seu pensamento, mas que você a compreendeu, que ela evitou encarar-lhe porque está mentindo, que está tentando lhe embaraçar olhando-o fixamente, que esta distorcendo a verdade porque não concorda com o que você pensa.

  • Evite classificar o orador
    Muito frequentemente enquadramos uma pessoa dentro de um determinado tipo. Assim nossa percepção daquilo que ele diz ou do que quis dizer fica submetida à nossa apreciação ou não por este tipo de pessoa.

  • Evite julgamentos precipitados
    Espere até que todos os fatos estejam situados, antes de fazer qualquer julgamento.

  • Reconheça sua própria prevenção
    Procure estar seguro de sua imparcialidade com relação ao orador, ao assunto, ao momento, etc., para não influir em julgamentos prévios.

  • Identifique o tipo de raciocínio
    Comumente, torna-se difícil separar o raciocínio certo do duvidoso, quando se está escutando. Contudo está é uma tarefa muito importante.

  • Avaliar fatos e evidências
    À medida que forem ouvidos, procure identificar não somente a significância e evidência dos fatos, como também sua relação com o argumento.

  • Ouvir pode reduzir a tensão
    Dar ao outro a oportunidade de desabafar seus problemas ou pontos de vista, ajudará a clarear o ambiente da tensão e hostilidade.

  • Escutar pode resolver problemas para a outra pessoa
    Proporcionar ao outro a oportunidade de expor-lhe seus problemas pode esclarecer seu pensamento sobre o assunto e prover o indispensável relaxamento emocional.

  • Ouvir ajuda a resolver problemas recíprocos e discordâncias
    Você não pode inteligentemente concordar ou discordar até que esteja certo do ponto de vista da outra pessoa. Somente quando há entendimentos recíprocos, pode-se procurar soluções para problemas.

  • Ouvir pode lhe ajudar a fazer um melhor trabalho
    Peça sugestões às pessoas com quem você trabalha, para quem você trabalha e que trabalham com você, sobre como você poderia melhorar sua tarefa, então ESCUTE.

  • Ouvir pode evitar dúvidas
    Frequentemente, quando falamos antes de escutar a outra pessoa numa discussão, arriscamos nossa pele, tomamos decisões das quais mais tarde nos arrependemos, tecemos críticas que depois nos lamentamos ou nos comprometemos a agir de uma forma que não podemos ou não poderemos, OUÇA… depois fale.

 

Conceitos falsos e verdadeiros

Geralmente somos levados a acreditar em conceitos errôneos com relação à habilidade de escutar.
Como conceitos falsos podemos citar:

  • Aprendemos a escutar automaticamente. Treinamento é desnecessário.

  • Habilidade de escutar depende da inteligência.

  • Habilidade de escutar está relacionada à capacidade de audição.

  • Geralmente, muitos de nós podem escutar bem e ler ao mesmo tempo.

  • Nós escutamos bem a maior parte do tempo.

  • O que escutamos é o que em geral foi falado.

  • Escutar é uma atitude passiva.

  • Personalidade tem um efeito pequeno na capacidade de escutar.

  • Escutar é apenas por meio de ouvidos.

  • Escutar relaciona-se ao conteúdo em primeiro lugar e sentimentos em segundo lugar.

 

Como conceitos verdadeiros podemos citar:

  • Escutar efetivamente é uma habilidade que é difícil para a maioria de nós. Prática e treinamento podem melhorar nossa habilidade de escutar bem.

  • Não há relação entre inteligência e habilidade de escutar.

  • Habilidade para ouvir é um fenômeno físico. Tem pouca relação com habilidade de escutar. Pessoas que perdem audição desenvolvem extrema habilidade de escutar.

  • Muito poucas pessoas conseguem ler e escutar ao mesmo tempo efetivamente.

  • Muitos de nós precisam desenvolver habilidade para escutar.

  • Como seres humanos, nós temos uma tendência natural de filtrar informações que ouvimos. Frequentemente o que ouvimos não é o que foi falado.

  • Escutar é um processo ativo. Requer nossa participação e envolvimento.

  • Nossa personalidade tem influência em quão bem escutamos.

  • Uma escuta efetiva é feita com o corpo todo. O contato visual apropriado e a postura do corpo podem facilitar uma escuta efetiva.

  • Sentimentos são frequentemente mais importantes que as próprias palavras. Nós devemos procurar entender os sentimentos subentendidos nas mensagens. Eles são frequentemente a mensagem real.

 

Tenha o tom correto de comunicação

Tom de voz

A comunicação é emitida não apenas de palavras, mas também através de gestos e pelo tom de voz. Perceba o efeito que o tom de voz tem num simples pedido:

— Pegue aquele objeto para mim, por favor.
Pegue aquele objeto para mim, por favor!!!! (num tom muito mais agressivo).

O tom de voz influencia a mensagem. Com certeza o primeiro pedinte, seria atendido com muito mais satisfação do que o segundo.

A Bíblia trás uma mensagem sobre isso. Vamos ver o texto que está em Provérbios 15:1:

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”

 

Na linguagem de hoje, lemos:

“A resposta delicada acalma o furor, mas a palavra dura aumenta a raiva.”

 

Na prática, no dia-a-dia, vemos isso acontecer constantemente. Observe: Uma resposta num tom agressivo encerra uma conversa ou a transforma numa briga; uma crítica com tom rude, nunca será aceita, enquanto que a crítica feita com um tom amoroso poderá ser aceita. Uma fala transmitida com tom sarcástico transmitirá a ideia de a pessoa estar ironizando o receptor. Ainda temos as falas com tons de piedade, de choro, romântica que sempre poderão mudar a interpretação da mensagem.

Homens são diferentes das mulheres. As mulheres têm a percepção mais aguçada que os homens, por isso elas observam muito mais a linguagem corporal do que a verbal, não que a verbal também não seja importante para elas, mas o fato é que elas esperam que os homens sejam capazes de entender a linguagem verbal e a corporal que elas transmitem. Mas infelizmente, os homens tem dificuldade em receber tanto a mensagem verbal, como a corporal, (conscientemente falando). Essa diferença de percepção às vezes trás conflitos.

  • Comunicação Não Verbal ou Linguagem Corporal

A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de postura que fazem com que a comunicação seja mais efetiva. A gesticulação foi a primeira forma de comunicação. Com o aparecimento da palavra falada os gestos foram tornando-se secundários, contudo, eles constituem o complemento da expressão, devendo ser coerentes com o conteúdo da mensagem. A expressão corporal é fortemente ligada ao psicológico, traços comportamentais são secundários e auxiliares. Geralmente é utilizada para auxiliar na comunicação verbal, porém, deve-se tomar cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente.

Se uma pessoa lhe diz que está muito feliz, mas sua voz é baixa, seus ombros estão caídos, o rosto inexpressivo, em qual mensagem você acredita? Na que ouviu ou na que viu? Isso é um exemplo de linguagem não verbal, a pessoa diz uma coisa, mas sua expressão facial e corporal não afirma o que ela esta falando.

Uma das verdades por demais óbvias de nosso cotidiano, mas nem sempre percebidas, é a de que o inconsciente é inteiramente visível nas expressões não verbais das pessoas.

Percebemos que, mesmo sem que digam uma só palavra, é possível desvendarmos os pensamentos, opiniões e inclusive o estado de espírito de alguns. Citemos exemplos: em um desfile, show, ou qualquer tipo de apresentação, nota-se quais são os espectadores que possuem ou não opiniões favoráveis a respeito. Quando alguém encontra um desafeto, apenas pela expressão facial são notórias as intenções: vontade de “voar” no pescoço daquela persona non grata, proferir impropérios, etc. Apenas observando o rosto do próximo, podemos deduzir se aquela pessoa está em paz, se está angustiada, aflita, alegre, etc.

Analisando esses dados, há de se concordar: o corpo fala. Não necessariamente por intermédio de palavras, mas fala. E não só o corpo; de antemão pedindo perdão pela conclusão óbvia, a voz também fala. Não a voz enquanto mera expressão verbal, mas enquanto expressão dos sentimentos mais ocultos que uma pessoa possa ter. É claro que nossa fala se constitui inicialmente por aquilo que pensamos e dizemos, aquilo que é possível “por no papel”. Mas o tom da voz, ou mesmo a maneira como falamos — timidamente, ousadamente, normalmente, etc. — vem a externar nossa disposição emocional. Ou seja, nossa voz nos denuncia.

Muito embora, mormente se faça a distinção entre corpo e mente, entre carne e espírito, sob o prisma de nossas expressões percebemos que ambos são indissociáveis: o aparente revela o invisível, o tangível traz à lume o intangível, a “casca” expõe o âmago.

É fato que todo pronunciamento não se faz somente com as palavras e sua musicalidade: é seguido por formas de postura, olhares, caras, sinais. Uma mínima alteração em um desses itens pode, por conseguinte alterar todo o significado de uma fala, tornando-se inclusive um ruído na comunicação, distanciando o que foi dito daquilo que efetivamente foi de início proposto.

Vemos que também está redondamente enganado aquele que imagina serem necessárias multidões de palavras para se comunicar algo. Pelo contrário, por vezes ouvimos alguém despejar vocábulos “verborragicamente”, sem contudo atingir seu objetivo, ou transmitir a informação que se pretendia. Só para citar um lugar comum, falam uma tonelada, não compreendemos cem gramas.

Ou seja, o que importa não é a quantidade de palavras, mas sim a forma como elas são transmitidas. Não basta falar, é preciso se expressar da maneira adequada, levando-se em conta o conteúdo, o público-alvo, o momento, a situação.

E nossa expressão corporal diz muito a nosso respeito. Somos seres extremamente móveis. Nosso andar, nosso agir, nosso olhar dá a conotação daquilo que somos para aqueles que nos observam: se somos introspectivos, parecemos por demais sérios, isso por mais descontraídos que sejamos; se andamos apressadamente, somos muito agitados, e assim por diante.

Nosso corpo está em constante alteração, mesmo que imperceptíveis; e a maioria das mudanças ocorridas em nosso organismo realmente não percebemos. Como bem exemplificou Heráclito de Éfeso, “tudo flui”. Não se entra duas vezes no mesmo rio; Isso porque quando se entra pela segunda vez, as águas anteriores não mais estão ali, bem como no instante seguinte já somos diferentes, já estamos “alterados”. Isso a Biologia veio a ratificar séculos depois de Heráclito: nossas células se encontram constantemente em renovação, que nada mais é que uma mudança. A esse processo de morte programada das células chamamos apoptose.

Assim, nossos gestos, nossas ações, nossa dança, nossas palavras jamais se repetem. Por mais próximas que estejam das anteriores, são outras.

Podemos afirmar convictos que nossa vida é um constante movimento, mesmo quando nos encontramos estáticos. Por conseguinte, somos expressões vivas. Ou, só pra filosofar mais um pouco, somos a personificação de nossos sentimentos. Somos feitos de comunicação, por vezes eficaz, por vezes ineficaz. Somos cartas ambulantes e vivas. Todos podem nos ler sem cometer o crime de violação de correspondência, afinal, vivemos em sociedade. Destarte, estamos expostos, e somos constantemente observados. E lidos.

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Este foi um texto bem extenso, mas ligeiramente resumido sobre a comunicação. Para aqueles que lidam com Hipnose, PNL e similares, é imprescindível que a comunicação seja estudada com afinco, pois é justamente dela, da comunicação, que dependemos para transmitir as sugestões que farão com que nossos clientes se beneficiem do nosso trabalho.

Se você leu até aqui, creio que tem bastante interesse em aprender a se tornar excelente naquilo que almeja, então me diga o que pensa, o que acha e o que acredita à respeito do que foi dito.

 

Fontes

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